Adriana Balthazar sai do NOVO e deixa partido sem representatividade na Alerj

Em comunicado publicado, na tarde desta quinta-feira (3/03), em seu site oficial (adrianabalthazar.com), a deputada estadual Adriana Balthazar anunciou sua saída do partido NOVO

Em comunicado publicado, na tarde desta quinta-feira (3/03), em seu site oficial (adrianabalthazar.com), a deputada estadual Adriana Balthazar anunciou sua saída do partido NOVO. Até então única representante do partido na Alerj, a deputada assumiu a vaga em 2021 após a saída do deputado Chicão Bulhões, que renunciou ao mandato para assumir a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro.

No comunicado oficial, a deputada anuncia que se candidatará à reeleição, relembra os desafios do primeiro mandato e a falta de apoio interno dos dirigentes do partido na luta ¨contra um sistema corrupto e suas máquinas eleitorais gigantescas¨.

Confira, a seguir, a íntegra do comunicado.

COMUNICADO IMPORTANTE

Como muitos sabem, assumi como Deputada Estadual no início do ano passado, após o querido Chicão Bulhões deixar o mandato para conduzir o belíssimo trabalho que vem realizando na Prefeitura do Rio. Alguns meses depois, recebemos a triste notícia da expulsão do Alexandre Freitas, meu colega de bancada, com quem tive a satisfação de atuar em conjunto na ação que permitiu o leilão da CEDAE e em diversos outros importantes projetos.

Com a saída precoce deles, me coube ser a única representante do partido NOVO na Alerj, missão que aceitei e venho cumprindo com dedicação. Tenho muito orgulho das diversas conquistas que tivemos em apoio à reconstrução econômica e ética do nosso estado, e, por esse motivo, decidi que serei candidata a reeleição, com o objetivo claro de dar sequência a tudo que começamos e estamos realizando.

Muitos amigos e eleitores vêm me pedindo para me candidatar ao congresso nacional, pela minha história no movimento VemPraRua, à frente de pautas como a do combate à corrupção e à impunidade, mas a minha missão hoje é outra. Quero estar e trabalhar aqui, visitando e ouvindo as demandas de todas as regiões, para ressaltar suas potencialidades e tornar o nosso interior forte e pujante, garantindo ao Estado a relevância que merece.  

Hoje o Estado do Rio é o meu país.

Para essa nova caminhada, tomei uma outra decisão, e essa está sendo especialmente difícil, a de não me candidatar novamente pelo partido NOVO.

Quando resolvi entrar para vida pública, foi com a legítima pretensão de fazer parte de uma onda de renovação tão urgente e necessária. Fui muito incentivada pelas pessoas que me acompanharam nas diversas manifestações dos anos de 2013 a 2019. A escolha pelo partido NOVO foi absolutamente instantânea, visto que os seus princípios e valores pareciam ter sido retirados justamente do sentimento daquelas milhões de pessoas nas ruas, dos manifestos do movimento da qual eu era líder local.

Muitos não têm ideia do grau de dedicação e nem o quanto abdicamos de nossas vidas pessoais para lutar contra um sistema corrupto e suas máquinas eleitorais gigantescas, sem usar, por exemplo, os fundos eleitoral e partidário. Dos desafios de sermos novos na política e termos ainda que divulgar um partido desconhecido. Quando assumimos o mandato, essa luta se torna ainda maior, pois colocamos os nossos rostos no front do combate a organizações poderosas.


O que não imaginei, no entanto, foi o quão ínfimo seria o apoio interno dos dirigentes. Que muito pelo contrário, ganharia um novo inimigo: o fogo amigo do próprio NOVO.

Frequentemente assistimos muitos dirigentes e membros considerados da “cúpula” do partido, agindo como inquisidores de mandatários, ao invés de serem seus maiores parceiros. Parceiros de um mesmo projeto de longo prazo cujos membros que estão no mandato são seus maiores porta-vozes.

Ações e decisões estão sendo tomadas seguindo critérios pessoais e os princípios da transparência, do diálogo, do contraditório e do respeito com a história do mandatário, muitas vezes são deixados de lado, afastando quadros que nunca deveriam ser abandonados ou expulsos em diferentes estados do país, vide os casos recentes da vereadora Janaína Lima e da deputada Julia Lucy.   

Ressalto, no entanto, que o NOVO tem milhares de pessoas maravilhosas trabalhando voluntaria e incansavelmente. Felizmente, são a grande maioria.

Continuarei a minha caminhada com os mesmos princípios que me nortearem até aqui, acreditando que, acima de qualquer legenda partidária, estão as pessoas e a forma como lidam com as suas responsabilidades e compromissos assumidos.

Agradeço de coração aos filiados do NOVO, aos seus muitos trabalhadores invisíveis que são incansáveis na defesa daquilo que acreditamos. Toda a minha gratidão e admiração pelos mandatários do NOVO de todo o país, em especial pela nossa bancada federal, pela sua maior evidência, honrando as causas que compartilhamos. Vocês me representam!

Me coloco à disposição para maiores esclarecimentos fora das redes sociais. Me senti na obrigação de comunicar a minha decisão publicamente, mas não desejo usar esse ambiente para tratar de temas que devem ser tratados em fórum privado. Não pretendo fazer desta difícil decisão, um palanque eleitoral ou uma lavação de roupa suja, pois entrei pela porta da frente no partido e tenho orgulho de deixá-lo por esta mesma porta.

Muito obrigada!

Deputada Adriana Balthazar