Aposentados da educação de MG pedem reajuste do piso salarial e fim do desconto previdenciário

Os servidores aposentados da rede estadual de educação de Minas Gerais realizaram na última quarta-feira (14), um dia de mobilizações contra o tratamento recebido pela categoria por parte da gestão de Romeu Zema (Novo). Eles reivindicam o fim do desconto previdenciário e que o governo do Estado pague o reajuste do piso salarial.

No período da manhã, uma audiência pública na Assembleia Legislativa debateu sobre o tema. O encontro foi convocado pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que enfatiza a importância dos servidores serem tratados com dignidade.

“A situação é grave e precisamos atuar por respeito e dignidade. O Estado de Minas deve isso a cada pessoa que dedicou sua vida à escola pública”, disse a parlamentar, nas redes sociais.

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Após a audiência, a categoria fez uma manifestação em frente à ALMG. Convocado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/MG), o protesto contou com intervenções culturais em referência ao período junino. Durante o “arraiá”, alguns trabalhadores diziam “olha a valorização dos aposentados pelo governo Zema” e outros respondiam “é mentira”.

A coordenadora-geral do SindUTE/MG, Denise Romano, avaliou ao programa Roda de Conversa, que o não pagamento do piso salarial da educação no estado torna a vida dos trabalhadores aposentados ainda mais dura.

“As despesas de uma pessoa aposentada, que já está na terceira idade, fica maior. Você tem mais despesas com saúde, medicamentos, exames e prevenção”, explicou. Ela relembra que, com a Reforma da Previdência, aprovada pelo governo de Minas em 2020, os aposentados tiveram que voltar a contribuir com o Estado.

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“Então, muitos ficaram prejudicados. Porque aquele valor, que foi retirado do seu salário porque ela voltou a contribuir com o Estado, era o recurso que ela utilizava para ter um cuidado médico, por exemplo”, explica Denise.

Nas redes sociais, o sindicato publicou vídeos com depoimentos de servidoras aposentadas relatando a realidade que estão vivendo. Uma delas, Marlene da Silva, de 83 anos, afirmou que se sente prejudicada pelo governo.

“Todos os meses eu gasto com uma tonelada de remédios. Me vejo perdida. Tenho uma família que depende da minha ajuda. Perdendo meus direitos não vou ter condições de tratar minha saúde, que desgastei durante o tempo de trabalho. Grito por socorro, para que não deixem a gente cair nesse desespero. Trabalhar o tanto que trabalhei, me dedicar o tanto que me dediquei”, lamenta.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida