Israel-Gaza

Bahrein retira embaixador de Israel e suspende comércio por genocídio em Gaza

Em nota, o parlamento barenita confirmou que o embaixador israelense, Eitan Naeh, deixou a capital Manama, junto do retorno do emissário árabe ao reino

Protesto contra invasões israelenses à Mesquita de Al-Aqsa, em Muharraq, Bahrein, 8 de abril de 2023 [Ayman Yaqoob/Agência Anadolu]
Protesto contra invasões israelenses à Mesquita de Al-Aqsa, em Muharraq, Bahrein, 8 de abril de 2023 [Ayman Yaqoob/Agência Anadolu]

O Bahrein retirou seu embaixador, Khaled Yousif Al-Jalahma, de Tel Aviv nesta quinta-feira (2) e suspendeu os laços econômicos com Israel devido aos bombardeios ininterruptos do regime ocupante contra a Faixa de Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em nota, o parlamento barenita confirmou que o embaixador israelense, Eitan Naeh, deixou a capital Manama, junto do retorno do emissário árabe ao reino.

“[Esta medida] serve para confirmar a posição firme e histórica do Bahrein em apoio à causa palestina e aos direitos legítimos de nossos irmãos palestinos”, declarou a câmara, ao saudar o rei barenita, Hamad Bin Isa al-Khalifa, por autorizar o corte nas relações.

Trata-se do primeiro revés aos chamados Acordos de Abraão, promovidos pela Casa Branca em 2020, quando Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão normalizaram laços com o Estado ocupante.

Previamente, entre os Estados árabes, apenas Jordânia e Egito tinham relações com Israel. Amã também retirou seu embaixador de Tel Aviv ao demandar um cessar-fogo.

Abdelnabi Salman, primeiro vice-presidente do parlamento barenita, confirmou a decisão à AFP, ao reiterar que a guerra em Gaza “não pode tolerar o silêncio”.

A câmara prometeu promover maiores sanções em nome da população civil de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém, sob agressão colonial desde 7 de outubro, após uma ação de resistência do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

Em retaliação, Israel lançou bombardeios ininterruptos contra Gaza, deixando ao menos 9.061 mortos, incluindo 3.760 crianças e 2.326 mulheres. Outras 32 mil pessoas ficaram feridas, além de 2.060 desaparecidos sob os escombros, dos quais 1.120 crianças.

As ações israelenses equivalem a punição coletiva, crime de guerra e genocídio.