Barcas fazem travessia Rio-Niterói lotadas, sem álcool em gel e sabão nos banheiros

Passageiros que viajam nas barcas entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói vêm se queixando da lotação e das condições sanitárias nas embarcações desde que o governo estadual determinou a suspensão das viagens de ônibus intermunicipais em decorrência da pandemia do coronavírus. A concessionária CCR Barcas vem fazendo de forma exclusiva o trânsito reduzido de pessoas entre as duas cidades.

Na última quinta-feira (26), a CCR Barcas informou que havia realizado desinfecção de embarcações nas estações e que instalou recipientes com álcool em gel para os passageiros. Mas o deputado estadual Flávio Serafini (Psol) afirmou, na última segunda-feira (30), que recebeu diversas denúncias sobre as condições de funcionamento do transporte.

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Em sua página no Facebook, o parlamentar explicou que decidiu vistoriar as barcas depois de ter enviado pedidos de esclarecimentos às secretarias de Saúde e de Transporte e à Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do estado (Agetransp), mas não ter recebido nenhuma resposta dos órgãos responsáveis.

“O transporte aquaviário é a única maneira que os trabalhadores e trabalhadoras têm para se deslocar entre esses municípios. Muito nos preocupou a ausência de álcool em gel na estação Araribóia [em Niterói] e a ausência de sabão nos banheiros, dois fundamentais agentes no combate ao covid-19”, relatou Serafini.

Ainda segundo o deputado, a redução da frequência de saída das embarcações do Rio e de Niterói provocou mais problemas. De acordo com a determinação estadual, as barcas passaram a sair de hora em hora nas duas cidades e o trânsito só está permitido a trabalhadores de serviços essenciais. Em tese, a medida deveria deixar as embarcações mais vazias para evitar o contágio da covid-19.

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“Há problemas com o cumprimento de horários e lotação das embarcações, que acreditamos estar superior ao ideal para evitar aglomeração de pessoas. Iremos fazer todas as representações necessárias para a Vigilância Sanitária, Agetransp e demais órgãos envolvidos, para que seja respeitadas as medidas de proteção à população neste momento”, declarou Serafini.

O Brasil de Fato procurou a CCR Barcas para esclarecimentos sobre as denúncias mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse