Concertos para a Juventude, da Orquestra Sinfônica Brasileira, estão de volta

Concerto na manhã de domingo, com ingressos a preços populares, marca a retomada dos Concertos para a Juventude

Sob regência do maestro Cláudio Cruz e com participação dos solistas Mariana Amaral (violoncelo) e Pedro Gadelha (contrabaixo), a Orquestra Sinfônica Brasileira se apresenta na Sala Cecília Meireles nos dias 19 e 20 de março. O concerto de domingo marca a retomada de um dos projetos mais emblemáticos da instituição, os Concertos para a Juventude – apresentações de caráter didático com ingressos a preços populares. Obras de Armando Lôbo, Giovanni Bottesini, Leopoldo Miguez e Johannes Brahms estão no programa.

A peça que abre o concerto é IAMANAKA’RU, do premiado compositor e artista multidisciplinar contemporâneo Armando Lôbo. O título da composição refere-se ao termo em tupi que deu origem à palavra “mandacaru”, cactácea nativa do Brasil. Neste fantástico poema coreográfico para orquestra de câmara, a gestualidade do ponteio da viola nordestina é colocada em condição analógica aos “espinhos agrupados e danosos” dos cactos do sertão. Encontro propício entre natureza e música.

Duo Concertante para Violoncelo, Contrabaixo e Orquestra, de Giovanni Bottesini, segunda peça deste programa, foi escrito para uma turnê que o próprio compositor fez ao lado de seu amigo violoncelista Carlo Alfredo Piatti. Nobre, virtuosística e, por vezes, graciosa, a peça utiliza temas da ópera “Os Puritanos”, de Vincenzo Bellini. Nos concertos dos dias 19 e 20, o duo será interpretado pelos solistas convidados Mariana Amaral (violoncelo) e Pedro Gadelha (contrabaixo).

Na sequência, o público ouvirá o poema sinfônico Prometheus, Op.21 de Leopoldo Miguez. A composição foi escrita em 1891 e é profundamente marcada pela influência de Wagner e de Liszt. O mito prometeico é utilizado por Miguez como narrativa simbólica de seus ideais republicanos. Com extrema argúcia criativa, o compositor estruturou a peça em forma sonata, promovendo um enlace exemplar entre conteúdo poético e arquitetura musical. A obra de Miguez será apresentada apenas no concerto do dia 19.

Fechando o programa, a Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta as Variações Op.56a de Johannes Brahms. Em 1870, veio à tona, pelas mãos do musicólogo Carl Ferdinand Pohl, um belíssimo Divertimento de Joseph Haydn. Foi do 2º movimento dessa peça, “Chorale St. Anthoni”, que Brahms retirou o tema para as suas Variações Op. 56. A obra é constituída de oito variações que, embora preservem a estrutura original do tema, apresentado logo de início, muito contrastam em termos de caráter.

Concertos para a Juventude

Em 1943, a Orquestra Sinfônica Brasileira subiu ao palco do Cine Teatro Rex para dar início a um dos projetos que fariam parte de seu DNA: Os Concertos para a Juventude. As apresentações de caráter didático com entrada a preços populares são sucesso de público desde então, cumprindo seu papel de ampliação de plateia e democratização do acesso à música de concerto. Em 2022, as apresentações terão lugar de destaque na programação, levando músicos da OSB, regentes e solistas convidados aos palcos da Sala Cecília Meireles, Cidade das Artes e Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Serão, no total, treze apresentações, com ingressos a R$10.

A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 81 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.


Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.

Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor e a NTS – Nova Transportadora do Sudeste, como patrocinadora master e a Brookfield como patrocinadora, além de um conjunto de copatrocinadores e apoiadores culturais e institucionais.

SOBRE O MAESTRO CLÁUDIO CRUZ:

Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz, e, posteriormente, recebeu orientações de Erich Lenninger, Maria Vischnia (violino) e Olivier Toni (Teoria e Regência). É formado em Filosofia-Licenciatura.

Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo, Prêmio Concerto, Grammy Awards entre outros. Tem atuado como Regente Convidado em diversas orquestras no Brasil, América do Sul, EUA, Europa e Ásia.

Foi Diretor Musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos, Regente Titular das Sinfônicas de Ribeirão Preto, de Campinas e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. De 1990 a 2012 ocupou o cargo de Spalla da Osesp.

Atuou como diretor musical e regente em diversas montagens de ópera, destacando-se as óperas Lo Schiavo, Don Giovanni, Rigoletto, La Boheme, Sonho de uma noite de verão de Britten, Il Signos Bruschino, entre outras.

Com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo participou do Festival MDR Musiksommer na Alemanha em 2012, Festival Young Euro Classic em Berlim em 2013, Festival Berlioz na França e no Grachtenfestival em Amsterdam em 2014, em março de 2015 realizou concertos no Lincoln Center em Nova York e no Kennedy Center em Washington.

Tem se dedicado a pesquisas, edições e gravações de diversos compositores brasileiros. Em sua extensa discografia gravou mais de 55 Álbuns. Atualmente é Regente e Diretor Musical da Orquestra Jovem do Estado de SP e primeiro violino do Quarteto de Cordas Carlos Gomes.

SOBRE MARIANA AMARAL:

Concertino dos violoncelos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Iniciou seus estudos musicais no Conservatório de Tatuí, sob orientação do professor Eduardo Bello. Posteriormente, estudou com os professores Alceu Reis e Fábio Presgrave. Como bolsista da Fundação Vitae, estudou na “Ferenc Liszt Music Academy” em Budapeste, na classe dos professores György Déri e Peter Szabo.

De 2009 a 2013 estudou na “Folkwang Universität der Künste” na classe dos professores Alexander Hülshoff, Uli Wetteler e Friedemann Pardal. Apresentou-se como solista junto a Barok Orchester Folkwank Universität der Künste-Alemanha, Orquestra Experimental de Repertório e Sinfônica Heliópolis. Foi professora de violoncelo do Instituto Elga Marte, Instituto Baccarelli e FIMUCA.

Pertenceu a importantes orquestras como a “Staatsorchester Rheinische Philharmonie” e foi primeiro cello da “Kammeroper Köln”. Atua como violoncelista convidada da OSESP desde 2008. É integrante do São Paulo Piano Quartet, Verso Duo e mestranda em música pela UFRN.

Claudio Cruz  (Raphael Tartari)
Claudio Cruz (Raphael Tartari)

SOBRE PEDRO GADELHA:

Pedro Gadelha é contrabaixo solista da OSESP, depois de vários anos na Alemanha como membro da Ópera de Frankfurt, e realizando participações em várias orquestras e grupos internacionais, como a Filarmônica de Berlim, as Sinfônicas de Colônia, Frankfurt, Stuttgart, Berlim, Madri, Galícia, entre outros. Seu interesse por vários estilos de música o levou a colaborar com o Ensemble Modern e outros grupos de música contemporânea, barroca, experimental ou popular. Acredita que, para um músico, a vida na orquestra é completada e enriquecida por outras formas como a música de câmara, a pesquisa histórica, o experimentalismo e a pedagogia.

É professor da Escola de Música do Estado de São Paulo e desenvolve intensa atividade como docente, participando de projetos em festivais e escolas de música, como o Ilumina Festival, Campos do Jordão, Conservatório Superior de Paris, University of Georgia, Joven Orquesta Nacional de España, Cátedra Nacional de Contrabajo (Chile), entre outros.

Saiba mais em www.osb.com.br

PROGRAMA (Concerto 19/03):

Armando Lôbo – IAMANAKA’RU

Giovanni Bottesini – Duo Concertante para Violoncelo, Contrabaixo e Orquestra sobre temas da ópera “Os Puritanos”

Leopoldo Miguez – Prometheus, Op.21

Johannes Brahms – Variações sobre um tema de Haydn, Op.56a

     Tema: Andante

     Variação 1: Poco più animato

     Variação 2: Più vivace

     Variação 3: Con moto

     Variação 4: Andante con moto

     Variação 5: Vivace

     Variação 6: Vivace

     Variação 7: Grazioso

     Variação 8: Presto non troppo

     Finale: Andante

PROGRAMA (Concerto para a Juventude 20/03):

Armando Lôbo – IAMANAKA’RU

Giovanni Bottesini – Duo Concertante para Violoncelo, Contrabaixo e Orquestra sobre temas da ópera “Os Puritanos”

Johannes Brahms – Variações sobre um tema de Haydn, Op.56a

     Tema: Andante

     Variação 1: Poco più animato

     Variação 2: Più vivace

     Variação 3: Con moto

     Variação 4: Andante con moto

     Variação 5: Vivace

     Variação 6: Vivace

     Variação 7: Grazioso

     Variação 8: Presto non troppo

     Finale: Andante

Cláudio Cruz, regência

Mariana Amaral, violoncelo

Pedro Gadelha, contrabaixo

SERVIÇO:

OSB – Série Sinfônica Brasileira

Dia 19 de março de 2022 (sábado), às 19h

Ingressos: R$ 40,00 (R$20,00 meia)

OSB – Concertos para a Juventude

Dia 20 de março de 2022 (domingo), às 11h

Ingressos: R$ 10,00 (R$5,00 meia)

Local: Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47 – Centro, Rio de Janeiro)

Ingressos à venda na bilheteria da Sala e no site Sympla