Dilma critica sanções impostas à Rússia

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) condenou as sanções econômicas impostas à Rússia por conta da guerra contra a Ucrânia.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) condenou as sanções econômicas impostas à Rússia por conta da guerra contra a Ucrânia.

Dilma expôs seu ponto de vista em um encontro com estudantes em Berlim, na Alemanha, neste sábado (23).

Dilma também criticou o atual presidente e disse que Jair Bolsonaro (PL) é o “ovo da serpente” chocado durante o processo de impeachment sofrido por ela em 2016, no Brasil.

De acordo com Dilma, as sanções econômicas semelhantes as que estão sendo impostas à Rússia, só produzem “fome e miséria” e não funcionam para forçar alteração de regime nos países afetados.

A ex-presidente citou os exemplos de Cuba, sob embargo americano há 60 anos, e Venezuela, sancionada pelos Estados Unidos desde 2017.

“Somos, da nossa parte, contrários a qualquer política de intervenção econômica baseada em sanções, até porque tal política só produziu mortes, fome e miséria. Temos dois terríveis exemplos, os 60 anos de sistemáticas sanções aplicadas contra Cuba e as recentes sanções contra a Venezuela durante uma pandemia, que provocaram danos à população daqueles países e não alteraram os seus regimes”, disse Dilma.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções decorrentes da guerra, de acordo com a ex-presidente, irão “remodelar a economia mundial” e promover uma maior regionalização das cadeias produtivas, como vêm prevendo o Fundo Monetário Internacional e diversos especialistas, em um fenômeno conhecido por “desglobalização”.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia tem sem dúvida conseqüências econômicas e sociais sobre todos os países do mundo globalizado, mesmo que a globalização já viesse se enfraquecendo desde pelo menos a crise de 2008. As sanções fazem parte da guerra, por outros meios. E essas sanções têm o potencial de remodelar a economia mundial, trazendo as cadeias globais de fornecedores para dentro dos países ou para mais próximo de cada uma das regiões”, afirmou Dilma Rousseff.