Guinga lança novo álbum: ZABOIO

Novo disco já está disponível nas plataformas digitais

O novo ábum de Guinga, de voz e violão, é tido como o primeiro disco integralmente com letra e música do artista. Das onze faixas que compõem o álbum, nove são inéditas, exceto “Meu Pai” e “Porto da Madama”.

Resultado das inspirações e memórias de Guinga, ZABOIO – palavra inventada pelo artista, remete aos seus aboios, suas saudades e lembranças. O álbum imprime a memória afetiva do artista, a nostalgia de um tempo remoto. “Eu amo esse disco porque ele é um retrato fiel da minha alma”, afirma o compositor. 

O projeto foi idealizado e produzido por Fernanda Vogas e Xabier Monreal. A Vogas Produções é uma produtora de arte que surgiu em 2014, e durante a pandemia criou um selo musical para lançar o álbum Zaboio do Guinga. “A ideia de lançar nosso próprio selo surgiu única e exclusivamente por causa da música do Guinga. Sentimos que era urgente produzir e lançar um álbum desse gênio que aos 70 anos de idade continua compondo canções extremamente singulares, verdadeiras raridades que precisam ser difundidas pelo mundo”, comentam Fernanda e Xabier, sócios da Vogas produções. 

A canção “Sábia Negritude”, que abre o álbum, é uma homenagem à Mãe Tainha e à sua ancestralidade. Guinga conheceu Mãe Tainha durante uma viagem em família para a Ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Na época, Guinga era um menino e tinha medo da cozinheira. Anos mais tarde, rememorando sua infância, se lembrou de Mãe Tainha, o medo deu lugar ao reconhecimento da sabedoria ancestral da anciã.  

A canção “Meu Pai”, segunda faixa do álbum, desenha imagens da infância do compositor e traça um breve perfil de seu pai. O verso “Habitará meu pai a encruza?” remete ao cruzamento de quatro ruas da Vila Valqueire, bairro da zona oeste do Rio. Guinga visita o local até hoje, onde se recorda do pai, da infância e adolescência.

Em “A Bailarina e o Vagalume”, Guinga homenageia sua neta. A composição mistura a infância dele com a dela. O músico e compositor Sérgio Mendes é homenageado com a canção “Tangará”. Já na faixa “Casa Francisca”, o cantor homenageia o famoso espaço musical paulista – Casa Francisca, localizado no Palacete Teresa Toledo Lara, prédio tombado pelo Patrimônio Histórico. “Na Casa Francisca eu só encontrei afeto, encontrei pessoas que fazem da música um meio de vida material e espiritual. Fiz essa música durante a pandemia como uma maneira de agradecer”.

Para acompanhá-lo no novo trabalho, Guinga convidou a cantora e amiga Mônica Salmaso para cantar com ele em duas faixas: “Paulistana Sabiá”, composição feita para a cantora, e “Jogo de Damas”, ambas inéditas. “Em abril ou maio de 2020, o Guinga me mandou um áudio tocando e cantando uma música feita pra mim. Quando eu escutei o áudio, comecei a chorar. Ganhei esse presente de um ídolo. Só de ler o nome da música fico com o coração lotado e os olhos cheios d’água”, conta Mônica Salmaso.

A canção que dá nome ao álbum fecha o disco, composto por onze músicas. ZABOIO é fruto das recordações dos tempos da adolescência de Guinga. Criado em Jacarepaguá, à época chamada de Sertão Carioca por ser considerada uma região rural. Guinga viveu ali até os 14 anos de idade. Era responsável por cuidar dos cavalos dos tios cavaleiros. Guinga não gostava nem um pouco dessa função. Hoje, esse capítulo de sua vida virou inspiração. Durante o período de isolamento social, imposto pela pandemia, o cantor ficou lembrado dessa época com saudade. Saudade daquilo que naquela época não gostava de fazer, cuidar dos cavalos. A capa criada por Xabier Monreal, remete a esse território afetivo do artista e a relação com o presente, uma capa minimalista. Guinga, sua voz, seu violão, suas memórias e força de um artista que continua compomdo aos 71 anos de idade.

O álbum foi gravado de 15 a 23 de fevereiro deste ano no Estúdio Mariani.

Ainda estão previstos os lançamentos do disco em vinil e do documentário sobre o processo de gravação do disco filmado e dirigido por Fernanda Vogas e Xabier Monreal. 

SERVIÇO:

ZABOIO – Guinga (voz e violão)

Lançamento nas plataformas digitais: 10 de junho 

Faixas do álbum ZABOIO:

1. Sábia Negritude
2. Meu Pai
3. A Bailarina e o Vagalume
4. Tangará
5. Casa de Francisca
6. Paulistana Sabiá
7. Saíra Apunhalada
8. Desacompanhado
9. Porto da Madama
10. Jogo de Damas
11. Zaboio

FICHA TÉCNICA – ZABOIO


Artista: Guinga (voz e violão)
Convidada especial: Mônica Salmaso (voz – faixas 6 e 10)
Idealização e produção: Fernanda Vogas e Xabier Monreal
Produção musical: Kassin
Técnico de gravação: Mauro Araújo
Mixagem: Kassin
Masterização: Ricardo Garcia
Distribuição: Tratore
Capa e arte: Xabier Monreal
Selo: Vogas Produções
Gravado de 15 a 23 de fevereiro de 2021 no Estúdio Marini, Botafogo, Rio de Janeiro e em São Paulo (voz Mônica Salmaso, faixas 6 e 10) por Teco Cardoso.

SOBRE O ARTISTA:

Guinga (Carlos Althier de Souza Lemos Escobar), é carioca da zona norte do Rio de Janeiro – o bairro de Madureira –, onde nasceu em 1950. Foi por cinco anos aluno de violão clássico de Jodacil Damasceno. Começou a compor aos 16 anos. 

Trabalhou profissionalmente como violonista, acompanhando artistas como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Cartola e João Nogueira. Teve inúmeras de suas músicas gravadas por músicos como Elis Regina, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Clara Nunes, Ivan Lins e tantos outros.

Suas composições são parcerias com Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Chico Buarque, Nei Lopes, Sérgio Natureza, Nelson Motta, Simone Guimarães, Francisco Bosco, Mauro Aguiar e Luís Felipe Gama. Tem uma dezena de CDs gravados. Reverenciado pela crítica, com frequência cada vez maior vem sendo considerado “o maior e o mais importante compositor brasileiro da atualidade”. 

Em 2002, Guinga teve biografia escrita pelo jornalista Mário Marques (Guinga, os mais belos acordes do subúrbio, Ed. Gryphus). Em 2003 teve lançado seu songbook (A música de Guinga, Ed. Gryphus). 

Seu disco Rasgando Seda, em parceria com o Quinteto Villa-Lobos, lançado pelo Selo SESC-SP em 2012, foi indicado ao Grammy na categoria Melhor Disco Instrumental do Ano-2012