Housi aposta no modelo de moradia por assinatura

Espécie de Netflix imobiliária, a primeira plataforma de moradia por assinatura do mundo tem R$10 bi sob gestão e quer atingir R$30 bi em 2021

A ideia de morar por assinatura, em vez de comprar ou alugar um imóvel nos moldes tradicionais, faz da Housi uma forte candidata a futuro unicórnio. Lançada há cerca de dois anos, a primeira startup de moradia por assinatura do mundo vem atender aos novos hábitos de consumo reforçados pela pandemia em todo o planeta.

Assim como os diversos aplicativos de assinatura voltados para transporte e delivery, a moradia como serviço é uma tendência que tem ganhado cada vez mais força, uma vez que muitos não cultivam o sonho da casa própria e preferem uma assinatura mensal.  Não por acaso, o investidor da Housi é um fundo de investimentos californiano -o primeiro a investir na Netflix.

“O mundo hoje funciona por demanda. As pessoas não querem mais ter a posse, mas a experiência, o serviço, e a liberdade de mudar de endereço  de acordo com o momento de vida”, diz Alexandre Frankel, CEO da Housi.

A startup chegou para cumprir esse papel no mercado imobiliário, oferecendo uma plataforma para locação 100% digital e sem burocracia, com imóveis mobiliados e diversos serviços agregados, como limpeza, manutenção, suporte 24hs, personal trainer, entre dezenas de soluções que resolvem o dia a dia dos moradores.

O interessado em alugar uma casa, seja por um dia, uma semana ou até um ano, só precisa acessar o site da Housi, selecionar o imóvel, o período de estadia, realizar o pagamento via cartão de crédito e, claro, morar. “Nós resolvemos o problema da moradia e devolvemos às pessoas o tempo que elas gastariam com burocracia”, diz Frankel. 

Com R$10 bi de imóveis sob gestão em 2020, a empresa prevê atingir R$30 bi de imóveis sob gestão até o final de 2021. A startup já contabilizou mais de nove mil locações e 20 mil usuários desde que foi criada, em 2019. Possui mais de 100 mil pessoas cadastradas em sua base e tem como objetivo quintuplicar esse número em 2021. Vale destacar que, desde o início da quarentena, em 2020, o volume de buscas no site da empresa aumentou em 214%.

Os números estão alinhados com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (IPESPE), em agosto  de 2020, que revela o desinteresse cada vez maior da população pela aquisição de um imóvel próprio. Segundo o levantamento, mais de 80% dos jovens, entre 16 e 24 anos, já admitem não se importarem com a compra de um imóvel, e 60% dos entrevistados afirmam estar dispostos a morar em imóveis de acordo com a fase de vida, incentivados por variáveis como mudança de emprego, casamento, separação ou início de uma nova fase. 

Além dos serviços, outro benefício para os memberships Housi é poder usufruir dos espaços compartilhados de todos os empreendimentos espalhados no país. Por exemplo, os moradores da flagship da Faria Lima, em São Paulo, poderão garantir finais de semana nas futuras unidades do Leblon, no Rio de Janeiro. 

Até o início de 2020, a Housi atuava apenas em São Paulo, onde ⅓ da população vive de aluguel. Administrando mais de 200 prédios na capital paulista, a empresa expandiu sua expertise para outras sete cidades do Brasil – Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa e Rio de Janeiro. “Estamos em uma escala de operações em curva ascendente e rápida, com grande potencial para novas parcerias. Neste ano, vamos triplicar de tamanho e expandir para 40 novas cidades”, diz Frankel