Marcelo Tas conversa com Tabata Cristine sobre autismo, no Provoca

Nesta terça-feira (18/10), Marcelo Tas conversa com a designer e produtora de conteúdo Tabata Cristine sobre autismo

Nesta terça-feira (18/10), Marcelo Tas conversa com a designer e produtora de conteúdo Tabata Cristine sobre autismo. Ela fala, no Provoca, que autista não é anjo, sobre estereotipias, a sexualidade como um espectro e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.

Tas pergunta para Tabata o que o autismo não é? ”Anjo, um amor inocente, que não faz uma tatuagem, nunca vai usar um tipo de substância ilícita ou mentir. A gente carrega esse fardo dos anjos azuis e eu falo e repito: é muito perigoso. A partir do momento que você desumaniza uma pessoa, colocando no lugar de anjo, você pode estar fechando os olhos para vários problemas, como o consumo de álcool e outras substâncias dentro do espectro autista”, responde.

A produtora de conteúdo explica também o que são estereotipias. ”É o nome científico para movimentos repetitivos, todo mundo tem, é balançar o pezinho, rolar lápis, estralar dedos (..) o autista tem isso em um nível um pouco maior, constante e mais intenso, mas tem também a estereotipia que a pessoa se autoagride, ela começa a raspar a unha a tal ponto que se machuca, são essas estereotipias que precisam de atenção (…) muitos terapeutas tentam tirar as estereotipias porque elas não são totalmente aceitas, só que são importantes para o autista, é a forma da gente extravasar, é colocar para fora o que aqui dentro está um caos ou muito legal e a gente tem que deixar isso sair de alguma forma. É uma luta dos autistas dizer não tire, permita o autista ser quem ele é. Você não vai falar para um cadeirante, levanta e sai correndo, então por que você fala para o autista deixar de ser autista?“, enfatiza.

Outro assunto abordado na entrevista é sobre enxergar a sexualidade como um espectro. ”Nem todo mundo é 100% hétero ou 100% gay. Os autistas enxergam muito isso, tanto que existem duas pesquisas, uma na Alemanha e a outra no Canadá, que já comprovaram que a questão da sexualidade é muito forte no espectro autista. É muito maior o número de pessoas que se identificam com a sigla LGBTQIAP+ do que na população em geral. A gente questiona mais, vive menos as regras sociais, tem mais facilidade para olhar para isso (…) acho que muitas pessoas não se permitem nem olhar”, diz Tabata.

Sobre Tabata Cristine

A designer Tabata Cristine foi diagnosticada tardiamente com autismo e se propõe a conscientizar sobre o autismo de forma leve e franca com seus vídeos no Instagram. Seu objetivo é romper estereótipos de autismo nos quais ela mesma não se encaixa, como a inteligência acima da média, normalmente relacionada às pessoas com autismo leve, e as disfunções auditivas – ela, inclusive, gosta de baladas com som alto.