Motociclistas entregadores paralisam atividades por melhores condições de trabalho

Motociclistas que atuam como entregadores iniciaram uma paralisação nesta sexta-feira (21), feriado de Tiradentes, em busca de melhores condições de trabalho. Segundo os organizadores do movimento, cerca de três mil trabalhadores aderiram à mobilização na Grande São Paulo, e há outras também em diferentes partes do país.

Os entregadores que aderiram à paralisação cobram reajustes nos valores pagos. Um dos pedidos é a garantia de um valor mínimo de R$ 15 por hora de “encosta”, ou seja, quando o trabalhador está disponível para um estabelecimento, aguardando demanda. Hoje em dia, muitos recebem menos de R$ 10 por hora. Os organizadores do protesto pedem ainda que a atividade tenha regulamentação definida, com proteção social. 

“Queremos solução, regulamentação, amparo. Não de CLT [sigla para Consolidação das Leis do Trabalho, que falam sobre carteira assinada], mas alguma coisa que traga qualidade e melhoria para o motoboy online, motoboy terceirizado, motofretista, para todos”, disse ao Brasil de Fato o motofretista João Neto, uma das lideranças do grupo que organizou a greve.

A mobilização reúne, além dos trabalhadores ligados aos aplicativos, motociclistas que atuam de maneira fixa, com vínculos em estabelecimentos específicos. Embora as situações de trabalho sejam distintas entre os grupos, as reclamações são comuns. Os trabalhadores afirmam que os ganhos não são suficientes para garantir a manutenção e a troca das motos e equipamentos de segurança.

Além da região metropolitana da capital paulista, a paralisação atingiu outras localidades do estado de São Paulo, como as regiões de Campinas, Sorocaba e São Roque, no interior do estado, além da Baixada Santista, no litoral.

“Nós fomos heróis quando teve pandemia e muitos não podiam se arriscar, e depois que acabou as pandemia, a atividade se tornou fonte de renda extra para quem é assalariado, se tornou uma nova opção de ganho, onde os patrões e aplicativos vêm tirando proveito de quem vive e come disso”, afirmou João Neto.

Edição: Rodrigo Durão Coelho