Trabalho e Luta

MST 40 anos: confira 10 filmes que ajudam a conhecer e entender a história do movimento

Documentários retratam parte da luta cotidiana de pessoas em busca da reforma agrária popular

"Chão" mostra a luta de acampados em busca da garantia por terra em Goiás - Divulgação
"Chão" mostra a luta de acampados em busca da garantia por terra em Goiás - Divulgação

Às vésperas de completar 40 anos de história, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez e faz parte das vidas de milhares de pessoas. E muitas dessas histórias são contadas em filmes que ajudam a entender como o movimento nasceu, cresceu e se consolidou. O Brasil de Fato apresenta agora uma lista de dez desses filmes – e há muitos outros mais.

Chão, de Camila Freitas

O filme, exibido em festivais internacionais, conta a história de mais de 600 acampados e da luta pela reforma agrária em zona dominada pelo agronegócio no Sul de Goiás. O cenário são as terras de uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência, que são ocupadas pelas famílias. Entre outros destaques, recebeu os prêmios de melhor filme pelo Público e o troféu especial do júri no Festival Internacional de Cinema de Curitiba.

Raiz Forte, de Aline Sasahara e Maria Luisa Mendonça

Lançado em 2000, o documentário trouxe uma visão muito diferente do MST, em comparação com aquela que era (e ainda é) apresentada pela mídia hegemônica. Raiz Forte mostra pessoas que se juntaram ao movimento contando suas histórias sobre as buscas por terra e oportunidades em diferentes partes do país: Bahia, Pará, Paraná e Pernambuco.

A Classe Roceira, de Berenice Mendes

Um filme produzido ainda nos anos 1980, quando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra dava os primeiros passos, A Classe Roceira mostra a luta por terra no Paraná e a formação do movimento no estado, no contexto do primeiro Plano Nacional de Reforma Agrária.

Mulheres em Luta, Semeando Resistência

Quase 4 mil mulheres participaram da primeira edição do Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em Brasília, em março de 2020. O momento histórico foi registrado e virou curta-metragem, que ajuda a relembrar e celebrar a luta feminina no Movimento.

LGBT Sem Terra: o amor faz revolução

Produzido pela Brigada de Audiovisual Eduardo Coutinho, o curta-metragem apresenta relatos sobre cotidianos, lutas, sonhos e conquistas de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos assentamentos e acampamentos do MST. “Este documentário traz uma mensagem sincera e necessária sobre o amor, pois nestes tempos de ódio e perversidade, amar é um ato revolucionário”, resumiu Alessandro Mariano, do Coletivo LGBT Sem Terra, quando o filme foi lançado, em 2020.

Sem Terrinha em Movimento: Brincar, Sorrir, Lutar

Realizado em 2018, o primeiro Encontro Nacional dos Sem Terrinha reuniu mais de mil crianças de todo o Brasil para debater os direitos sociais, a educação, a proposta de reforma agrária popular e alimentação saudável. Como não poderia deixar de ser, o encontro teve muita brincadeira, oficinas de arte e cultura e outras atividades. O curta-metragem Sem Terrinha em Movimento: Brincar, Sorrir, Lutar conta um pouco do evento e ajuda a mostrar o dia a dia dessas crianças.

Terra para Rose, de Tetê Moraes

Também lançado nos primeiros anos de atividade do MST, Terra para Rose, de Tetê Moraes, mostra a determinação de um coletivo de trabalhadores rurais sem terra no Rio Grande do Sul. Rose, que dá nome ao filme, representa mais de 100 mil trabalhadores que compunham o grupo na época.

Ocupar, Resistir e Produzir! – As feiras do MST

Realizadas em diversas partes do país, as feiras do Movimento Sem Terra são momentos de comunhão, celebração e de fazer com que mais pessoas conheçam a luta e o dia a dia do movimento. No filme Ocupar, Resistir e Produzir! – As feiras do MST é possível ver como funcionam os eventos. “Nós seguimos em luta, pois acreditamos que outro modelo de produção é a base de uma sociedade livre e justa. Alimentar é um ato político!”, destaca o movimento ao apresentar o filme.

20 Anos de História: Escolas Itinerantes

Lançadas em 2003, as Escolas Itinerantes do MST foram criadas diante da necessidade de garantir o acesso à educação para as famílias Sem Terra. O projeto, que completou 20 anos no ano passado, é apresentado no documentário 20 Anos de História: Escolas Itinerantes, que narra a trajetória do projeto no interior do Paraná e mostra a importância da ferramenta para a Reforma Agrária Popular.

ENFF: Uma Escola em Construção

Fundada em 23 de janeiro de 2005, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, é um espaço para formação política, aberto a todo público. O documentário ENFF: Uma Escola em Construção mostra como foram os primeiros passos do projeto e o funcionamento da escola, que fica em Guararema (SP).

Publicado originalmente em Brasil de Fato