Playlist especial e promessa de dancinha: Alison Santos vai à final dos 400m com barreiras

Brasileiro quebrou o recorde sul-americano da prova mais uma vez durante a semifinal neste domingo e avançou para a final com o segundo melhor tempo no geral

A promessa está feita: se conquistar uma medalha na final dos 400m com barreira, na próxima terça-feira (03.08), marcada para 0h20 (de Brasília), Alison Santos vai fazer uma dancinha especial. O brasileiro quebrou o recorde sul-americano da prova neste domingo (01.08), na disputa das semifinais no Estádio Olímpico de Tóquio, e avançou para a disputa de medalha com o segundo melhor tempo (47s31), um centésimo acima da marca do norueguês Karsten Warholm. 

“Estou pensando numa dancinha sim. A expectativa em cima dessa dancinha ficou grande, todo mundo falando que tenho que ensaiar uma. Eu chamei uns amigos meus para ajudar na criação. Se vier a medalha, vai ter dancinha, sim. Estamos trabalhando para isso”, contou o brasileiro, esbanjando bom humor e leveza.

Alison venceu a série semifinal. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br

São tantas as brincadeiras e risadas durante a entrevista com os jornalistas que nem parece que Alison sente a pressão de disputar uma edição de Olimpíadas. “A competição é grande, Jogos Olímpicos, maior competição para a gente, mas a gente tenta levar na maior leveza possível para não deixar o nervosismo ficar à flor da pele ou atrapalhar. A gente treinou muito, tem que manter a calma. Vamos entrar na pista e fazer o que a gente treinou”, explicou.

“A competição é grande, Jogos Olímpicos, maior competição para a gente, mas a gente tenta levar na maior leveza possível para não deixar o nervosismo ficar à flor da pele ou atrapalhar. A gente treinou muito, tem que manter a calma. Vamos entrar na pista e fazer o que a gente treinou”

Alison dos Santos

Para ajudar a manter a calma, Alison tem uma receita: música. “Sempre estou ouvindo música para me tranquilizar, me deixar mais calmo para conseguir fazer o que eu estou treinando”. Alison fez até uma playlist especial para os Jogos Olímpicos: “Gosto de escutar rap, sertanejão de lei, o piseiro: é uma boa playlist, depois mando, a playlist é Olympic Games”, contou.

Com leveza, ele espera subir ao pódio e poder cumprir a promessa da dancinha. Para isso, espera baixar ainda mais seu tempo na final.  “Hoje foi um bom resultado, tanto que quebramos o recorde sul-americano, eu não achei que era esse tempo, tanto que não fiz a prova 100% forte, então isso dá uma expectativa de querer ser melhor na final. Eu estou muito feliz de ter quebrado novamente o recorde sul-americano, não lembro quantas vezes quebrei este ano já, fico feliz com isso e quero continuar melhorando meu resultado”.

Mais Brasil

Outros brasileiros disputaram provas do atletismo neste domingo no Estádio Olímpico de Tóquio. No salto em distância, Eliane Martins alcançou 6m43, mas não conseguiu avançar. Nos 3.000m com obstáculos, Tatiane Silva quebrou o recorde brasileiro, com 9min36s43, mas também não conseguiu avançar na disputa. Nos 400m, Lucas Carvalho marcou 46s12 e também ficou pelo caminho.

Na semifinal dos 100m, o brasileiro Paulo André fez 10s31, longe de seu melhor tempo (10s07), e ficou fora da final. “Foi um tempo bem alto mesmo, eu sei. Estou processando tudo o que aconteceu, mas nossa realidade é o revezamento 4x100m, não podemos fugir disso. Tenho objetivo muito grande nos 100m, sei que o Brasil apostava nesses 9s, mas Jogos Olímpicos são isso. Se os 100m não permitem erro, os Jogos Olímpicos muito menos”, lamentou.

Mesmo chateado, Paulo André prometeu lutar com todas as forças para realizar o sonho de ganhar uma medalha na prova mais nobre do atletismo.  “É difícil porque trabalhamos muito até aqui. Até falei na entrevista que não me permito deixar de lutar por essa medalha. Tenho 22 anos e, nem que eu faça isso até os 80, ainda vou ganhar essa medalha um dia”.

Investimento federal

O Brasil foi para Tóquio com uma delegação de 52 representantes no atletismo, 49 deles integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal Brasileiro. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o atletismo recebeu quase R$ 43 milhões de repasses diretos via Bolsa Atleta, recursos que foram suficientes para a concessão de 1.935 bolsas.

Atletismo - Jogos Olímpicos de Tóquio

Recorde mundial

Na final feminina do salto triplo, um dos momentos mais emocionantes dos Jogos: a venezuelana Yulimar Rojas alcançou a marca de 15m67 e quebrou um recorde mundial que já durava 26 anos. A marca anterior, da ucraniana Inessa Kravets, era de 15m50, conquistada em 1995, em Gotemburgo, dois meses antes de Yulimar Rojas nascer do outro lado do mundo, em Barcelona, na Venezuela.

Um fato curioso aconteceu na final masculina do salto em altura. Essa Barshim, do Qatar, e Gianmarco Tamberi, da Itália, empataram com 2m37 e levaram o ouro. Os dois teriam direito a um salto extra para tentar o desempate, mas preferiram comemorar juntos. A última vez que foi registrado um empate no atletismo foi nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, no pentatlo e decatlo masculinos. 

O último momento de emoção da noite veio na final masculina dos 100m livre. O britânico Zharnell Hughes queimou a largada e foi eliminado. Com sete competidores, quem se deu melhor foi o italiano Marcell Jacobs, que surpreendeu os favoritos, cravou 9s80 e conquistou o ouro. Fred Kerley, dos EUA, ficou em segundo, com 9s84. Andre De Grasse, do Canadá, foi o terceiro, com 9s89.

Mateus Baeta, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br