Prainha, na Zona Oeste, terá o primeiro quiosque do Rio com usina solar

Investimento foi feito para receber o LayBack Pro, etapa da Liga Mundial de Surf (WSL)

A Prainha, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, saiu na frente e terá o primeiro quiosque da orla carioca a contar com uma usina solar para geração de energia elétrica. A iniciativa faz jus a uma das praias mais preservadas e paradisíacas da cidade, que não conta com rede elétrica e permanece praticamente intocada há mais de cinco décadas, desde que a primeira geração de surfistas começou a desbravar suas ondas.
 

O sistema off grid (fora da rede elétrica), instalado pela SolarOn com equipamentos Renovigi, tem capacidade de 5.4kWp e conta com dez painéis fotovoltaicos e duas baterias para armazenar a energia que será usada quando não há sol. O investimento foi de R$ 77 mil e vai permitir ao quiosque Layback Soul Prainha Rio instalar uma chopeira, geladeira e freezer.
 

A inauguração da usina será nesta quarta-feira (15/06), quando começa o LayBack Pro, etapa da Liga Mundial de Surf (WSL) que terá programações especiais de jiu-jitsu e skate, além de atividades de educação e preservação ambiental. Esta é a primeira vez que a Prainha, detentora da Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental, recebe um campeonato mundial de surf.
 

Bill Tassinari, um dos sócios do quiosque LayBack, comenta que aproveitou o momento de modernização do espaço para trazer um sistema mais eficiente de geração de energia limpa, e que servisse igualmente de conscientização ambiental, dada a importância conservacionista da área, abrangida pelo Parque Natural Municipal da Prainha. “Inovamos no quiosque, mas sem perder a essência do parque e de toda a cultura de preservação do meio ambiente que temos aqui na região. Esperamos que ações como essas possam servir de exemplo e motivar outros quiosques a adotarem iniciativas similares”, afirmou.
 

Segundo Gustavo Martins, CEO da Renovigi, sistemas fotovoltaicos off grid são mais utilizados em áreas rurais, mas também podem ser uma alternativa para as cidades, em regiões fora da rede elétrica, como a do quiosque, que passam a ser geradores de sua própria energia, de forma limpa e sustentável. “Com a popularização das baterias, os sistemas de geração off grid vão se tornar cada vez mais acessíveis. Além do aspecto sustentável, tem um enorme ganho de economia, já que não haverá custo de energia para o proprietário após o investimento inicial”, comentou.
 

De acordo com Pedro Jacques, diretor da SolarOn, a energia solar ganha cada vez mais adeptos no Rio de Janeiro. Por mês, a empresa faz cerca de 60 instalações, 80% delas para pessoas físicas. “Estamos conseguindo mostrar para o consumidor que ele pode deixar de ser um cliente cativo da concessionária. Existem diversas linhas de financiamento para a instalação do sistema, que, após o investimento inicial, vai trazer enorme economia. Além do custo, existe também o aspecto ambiental, importante para muitas empresas e pessoas físicas”, explicou Pedro.
 

Crescimento
 

A energia solar não emite gases poluentes, por isso é considerada uma importante aliada no combate ao aquecimento global. Mês a mês, ela bate recordes no Brasil. Na primeira quinzena de maio, a produção das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 60,1%, atingindo 1.164 megawatts médios (MWmed), ante 727 MWmed no mesmo período de 2021, de acordo com o boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
 

No mundo, a fonte solar bateu recentemente a marca histórica de 1 terawatt (TW) de potência instalada. O Brasil é líder na América Latina e deve se tornar um dos principais mercados globais nos próximos anos, podendo chegar a 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026, de acordo com o estudo “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”