Saúde Indígena: voluntários realizam exames médicos no Alto Rio-Negro

Uma equipe voluntária, utilizou equipamentos de alta tecnologia, para realizar mais de 160 exames e contribuiu com a detecção de quatro lesões potencialmente cancerígenas que agora, poderão ser tratadas.

Com uma equipe de alta performance, a EDS entregou um resultado surpreendente ao final da 52ª Expedição, superando em 63% a expectativa de atendimentos. Com o total de 163 exames de endoscopia do trato digestivo superior, a ação marca a maior entrega do tipo já feita pela organização.
 

De acordo com o Dr. Eduardo Moura, Médico-Diretor do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e voluntário na 52ª Expedição, a missão teve extrema importância para a população daquela região: “Esse exame é o padrão ouro para diagnóstico de doenças benignas e malignas do trato digestivo superior. É um importante recurso para detectar lesões pré-neoplásicas e câncer em fases precoce e avançada em esôfago, estômago e duodeno”.
 

Além de detectar grande presença de verminose e H. Pylori positivos, os exames realizados na 52ª Expedição EDS permitiram identificar a presença de lesões potencialmente cancerígenas em sete pacientes, além de outras patologias que agora podem ser investigadas e tratadas adequadamente. Estes indígenas, agora diagnosticados, tem maior chance de sobreviverem.
 

A equipe contou com a presença de 10 profissionais em uma região conhecida como “Cachoeirinha dos Padres”, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira – conhecido por ser o município mais indígena do Brasil – e geograficamente isolado na Amazônia, já que lá, só se chega por via aérea ou fluvial.
 

Esta missão contou com o apoio do DSEI Alto Rio-Negro (Distrito Sanitário Especial Indígena), do CONDISI (Conselho Distrital de Saúde Indígena), da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, da FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), além dos fundamentais patrocinadores da iniciativa privada.

Expedicionários da Saúde
 

Formado por um grupo de médicos voluntários, os Expedicionários da Saúde (EDS) levam medicina especializada, principalmente atendimento cirúrgico, a regiões isoladas e povoadas por grupos indígenas na Amazônia.

A EDS organiza, em média, quatro expedições por ano em vários estados da Amazônia Legal Brasileira. Até dezembro de 2022 foram realizadas 52 expedições clínicas e cirúrgicas, com um total de 9.837 cirurgias, 70.819 atendimentos e 126.182 exames e procedimentos, além de 6.911 óculos doados. O maior número de cirurgias ocorre entre as especialidades de oftalmologia e cirurgia geral, além de cirurgias pediátricas, ortopédicas e ginecológicas de média complexidade. Também são realizados atendimentos clínicos em diversas especialidades.

Levar atendimento médico, principalmente cirúrgico e promover a saúde e qualidade de vida para as populações indígenas que vivem geograficamente isoladas é a Missão dos Expedicionários da Saúde.