Síndrome respiratória aguda grave segue em tendência de crescimento no Brasil

A edição mais atual do Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que casos de Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) continuam crescendo no Brasil. A tendência de alta de longo prazo foi observada em 23 das 27 unidades da federação. 

Apenas Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram estabilidade na evolução de casos observados entre os dias 3 e 9 de julho. Em todos os outros estados o cenário é preocupante. 

Infecções por covid-19 representaram 94,5% das mortes causadas pela SRAG. Na análise por faixa etária, a população adulta é que mais tem predomínio do coronavírus nos casos da Síndrome.

No entanto, a Fiocruz vem notando que o cenário passou a se repetir também entre crianças de 0 a 4 anos de idade. Antes, o aumento de casos da SRAG nesse público estava associado principalmente ao vírus sincicial respiratório (VSR), que pertence à categoria dos pneumovírus e que agora foi superado pelo Sars-CoV-2.

Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, os dados evidenciam que o crescimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave está ligado ao cenário da pandemia. 

Embora as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentem certa desaceleração no ritmo geral de crescimento de casos, ainda há sinais de avanço no público infantil. 

“No Paraná e no Rio Grande do Sul observam-se indícios de retomada do crescimento em crianças, contrastando com o sinal de platô nos adultos, indicando que o cenário ainda é instável e exige cautela”, alerta Gomes.

Edição: Thalita Pires