Tim Rescala lança novo álbum com concerto na Sala Cecília Meireles

Tim Rescala – Foto: Ana Clara Miranda (13) A ideia de semelhança ilusória, daquilo que parece alguma coisa sem ser de fato, está no cerne de “Parescências” (selo Pianíssimo), novo álbum do músico, compositor, arranjador e maestro Tim Rescala. Ao longo de seis músicas, compostas pelo artista para convidados especiais, gêneros musicais dialogam (e por vezes até duelam) entre si, instrumentos surgem ocupando papéis que normalmente cabem a outros – em variações que acabam gerando uma nova e inusitada sonoridade. “Parescências” terá lançamento com um concerto na Sala Cecília Meireles no dia 6 de setembro, às 18h, com a execução das músicas na mesma ordem do álbum e a presença de todos os artistas que colaboraram nas gravações. O disco estará disponível nas principais plataformas de música a partir do dia do concerto na Sala. A música que dá nome ao disco é um exemplo eloquente do conceito abordado: “Parescências” é uma suíte para viola e piano (a cargo, respectivamente, de Dhyan Toffolo e Erika Ribeiro) em sete movimentos, na qual cada um deles sugere um gênero – tango, valsa, serenata etc – sem de fato sê-lo. A obra foi apresentada na Bienal de Música Brasileira Contemporânea de 2021, com ótima receptividade. “Foi aí que tive a ideia de gravar um álbum inteiro em cima dessa ideia de coisas que se parecem com outras”, diz Tim.  Na mesma linha, “A banda de pífaros do Rei Arthur” (2021), obra encomendada pelo Quinta Essentia Quarteto (Renata Pereira, flauta-doce soprano; Gustavo de Francisco, flauta-doce contralto; Lucas Debortoli, flauta-doce tenor; e Milena Rosa, flauta-doce baixo), brinca com as semelhanças entre o pífaro e a flauta-doce, mesclando sonoridades nordestinas com música medieval. A faixa “Os devaneios de um entediado Ernesto Nazareth ao tocar num despovoado Cinema Odeon” (2018), com a pianista Maria Teresa Madeira, sugere o próprio Nazareth (que, de fato, tocava na sala de espera do Odeon, na Cinelândia, no Rio) entre delírios sonoros – a música parte do tema de “Odeon”, tango composto por Nazareth em 1909, e toma rumos inusitados, flertando com a música clássica. “Dodecafunk” (2015), como o nome entrega, é um insólito funk dodecafônico em homenagem ao compositor Hans-Joachin Koellreutter (1915-2005), e conta com as participações de Edu Krieger (MC), Doriana Mendes (soprano), Andrea Ernest Dias (flauta), Aloysio Fagerlande (fagote), Maria Teresa Madeira (piano), e o próprio Tim Rescala (sampler) – este aparece apenas nesta música do disco. Completam o álbum duas músicas que serão apresentadas pela primeira vez ao público no concerto de lançamento: “Dá-lhe, Garoto!” (2023), solo especialmente concebido para o violonista Fábio Adour, e “Villalobianas alemãs” (2021), composição para soprano, flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano, com o grupo Abstrai Ensemble. A primeira explora possibilidades sonoras de motes da obra do músico Garoto (1915-1955), notadamente a música “Desvairada” (1950), enquanto a outra brinca com uma possível inversão das “Bachianas brasileiras” de Heitor Villa-Lobos, evocando um suposto olhar de um compositor alemão de vanguarda sobre um compositor brasileiro. Disponível nas principais plataformas de música, o álbum tem capa criada pelo designer Maurizio Manzo, com imagens de obras do artista sergipano Véio – esculturas em madeira que, seguindo o conceito do disco, parecem meio humanas, meio animais.  Tim Rescala – Estudou na Escola de Música da UFRJ e na Escola de Música Villa-Lobos. Com Hans-Joachim Koellreutter, estudou composição, contraponto e arranjo. Licenciou-se em música pela UNI-RIO. Autor de óperas, musicais, música de câmera e eletroacústica. Compositor e diretor musical de várias peças de teatro. É um dos mais premiados compositores brasileiros, tendo recebido diversos prêmios Mambembe, Shell, Coca-Cola, APTR e CBTIJ. Escreve e apresenta “Blim-blem-blom” na rádio MEC FM desde 2011. Faz música para cinema, exposições e TV, tendo trabalhado para a TV Globo por 30 anos. Seus trabalhos mais recentes em TV tiveram muita repercussão: as novelas “Meu pedacinho de chão” e “Velho Chico” e a minissérie “Dois Irmãos”, todas com direção de Luiz Fernando Carvalho.  Em 2019, lançou a Classical Tracks (http://classicaltracks.com.br) uma livraria digital de música clássica voltada para o mercado audiovisual. Em 2021, compôs a ópera “O Engenheiro”, ambientada no dia da Proclamação da República; e criou as canções do musical “Pinóquio” (com a Cia PeQuod). Em novembro de 2022, estreou a ópera “O Auto da Compadecida”, sob encomenda da Orquestra Ouro Preto; e a ópera infantil “O Boi e o Burro no Caminho de Belém”, criada a partir da obra de Maria Clara Machado e direção de Cacá Mourthé. No cinema, fez a trilha sonora do filme “Pluft, O Fantasminha”, com direção de Rosane Svartman Na TV, fez a música da minissérie “Independências” (TV Cultura), com direção de Luiz Fernando Carvalho. Recentemente, Tim Rescala assumiu a cadeira de nº 34 da Academia Brasileira de Música, antes pertencente a Edino Krieger. Mais informações: www.timrescala.com.br | @timrescala (Instagram)