Com 30 espetáculos diferentes e cerca de 45 apresentações, além de ações formativas, a XV Bienal Internacional de Dança do Ceará inicia na sexta-feira, 24 de outubro, a programação que, até o dia 1º de novembro, circula por oito cidades: Fortaleza, Paracuru, Trairi, Baturité, Guaramiranga, Itapipoca, Pacatuba e Pacajus. São mais de 20 atrações, entre artistas e companhias de dança nacionais e internacionais. Tudo com acesso é gratuito. A programação completa e informações sobre retirada de ingressos podem ser consultadas no site www.bienaldedanca.com.
Esta é a última das quatro “estações” desta histórica edição da Bienal que, pela primeira vez, cruzou continentes com uma programação estendida. Começou na África em maio, com a XV Bienal Internacional de Dança do Ceará/Estação Cabo Verde, realizada nas cidades de Praia, Santa Cruz e Tarrafal. De lá, seguiu no mesmo mês para a Europa, com a Estação Portugal, em Belmonte. Em setembro, foi a vez da Estação França, com apresentações em Paris.
DESTAQUES DESTA EDIÇÃO
ESTREIA NACIONAL DE “BORDA”, DA LIA RODRIGUES COMPANHIA DE DANÇAS (RJ)
A Bienal Internacional de Dança do Ceará será palco da estreia nacional de “Borda”, que foi apresentado pela primeira vez em setembro deste ano na França, no Chaillot Théâtre national de la Danse. Nova criação da Lia Rodrigues Companhia de Danças, “Borda” investiga o conceito de fronteira como limite, passagem e encontro.
ONDE E QUANDO: Sexta-feira (24), às 20h30, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza.
HOMENAGEM AO COREÓGRAFO GOIANO HENRIQUE RODOVALHO E ESTREIA NACIONAL DE “NOSSO BAILE”
Na cerimônia de abertura, que acontecerá na sexta-feira (24), a partir das 20h, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, o coreógrafo Henrique Rodovalho será um dos homenageados. Nesta edição da Bienal, ele assina “Nosso Baile”, que teve estreia mundial no mês de setembro em Paris, como destaque da temporada da Bienal de Dança do Ceará na França, em uma coprodução da Bienal com o Théâtre de Chaillot. No elenco estão 15 bailarinos e bailarinas do Ceará, de São Paulo, da Bahia e de Minas Gerais, de diferentes idades e estilos de dança, dando pluralidade ao espetáculo. “Nosso Baile” é inspirado em “Isso dá um baile!”, obra que Rodovalho criou para o Balé da Cidade de São Paulo e foi apresentada na 13ª Bienal de Dança do Ceará, em 2021.
ONDE E QUANDO: “Nosso Baile será apresentado na sexta-feira (24), às 19h30 na Praça da Matriz, em Paracuru. Sábado (25), às 21h no Theatro José de Alencar, em Fortaleza. Sexta-feira (31), às 19h, na Praça Renato Pessoa de Aguiar, em Pacajus.
HOMENAGEM A FLÁVIO SAMPAIO COM SOLOS E DUO DE THIAGO SOARES (RJ) E NAOMI BRITO (CE/ALE)
No domingo (26), no Theatro José de Alencar, a partir das 20h, será festejada a titulação de Dr. Honoris Causa, concedido no dia 15 de outubro pela Universidade Federal do Ceará (UFC) ao bailarino e coreógrafo cearense Flávio Sampaio, um dos grandes nomes da dança no país. Na comemoração, a Escola de Dança de Paracuru apresenta “Canto do povo de um lugar”. A Escola é um dos mais importantes centros de formação artística do Ceará, criada em 2003 por Flávio em sua cidade natal.
Outros momentos memoráveis vão marcar essa noite de celebração, que unem história, emoção e a força transformadora da dança. O bailarino carioca Thiago Soares, um dos grandes nomes da cena mundial da dança, fará participação especial em homenagem a Flávio Sampaio apresentando o solo de “José”, de Carmen, com música de Franz Liszt. Durante 18 anos Thiago foi primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres. Sua vida inspirou o longa-metragem “Um lobo entre os cisnes” (Dir Marcos Schechtman e Helena Varvaki).
Quem também presta homenagem a Flávio é a bailarina cearense Naomi Brito, que iniciou sua formação na Escola de Dança de Paracuru e, desde 2020, integra a renomada companhia de dança alemã Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Sua atuação é vista como parte de uma nova era da companhia, que honra o legado de sua fundadora, com espírito inovador. Ela apresenta o solo “Calunga”.
Depois dos solos, a Bienal de Dança será palco de uma parceria inédita em cena, que promete reverberar no cenário internacional. Thiago Soares e Naomi Brito dançam juntos pela primeira vez, apresentando o Pas de Deux da segunda cena de “Carmen”, uma montagem marcada por dramaticidade e entrega visceral, especialmente concebido para o evento.
ONDE E QUANDO: Além de Fortaleza, no domingo (26), a partir das 20h, no Theatro José de Alencar, “Canto do povo de um lugar”, com a Escola de Dança de Paracuru, os solos e o duo de Thiago Soares e Naomi Brito serão apresentados no sábado (25) a partir das 20h30 na Praça da Matriz de Paracuru.
ESTREIA DE “CARMEN” – CRIAÇÃO DE THIAGO SOARES E DA BIENAL DE DANÇA DO CEARÁ
A estreia de uma releitura de “Carmen”, obra-prima de Georges Bizet, assinada por Thiago Soares, é um dos destaques desta temporada de encerramento da 15ª edição da Bienal. O bailarino e coreógrafo carioca foi convidado pela Bienal para criar e conduzir esta ação do programa Percurso de Criação, que promove a concepção de novas obras, com artistas locais que possuam excelente domínio de uma ou mais técnicas de dança. A montagem tem a participação do ator e dramaturgo cearense Ricardo Guilherme.
Reconhecido mundialmente por sua trajetória nos palcos internacionais, Thiago Soares, retornou ao Brasil com um olhar voltado a narrativas e profundamente enraizado na brasilidade e na pluralidade de estilos de dança que compõem nossa cultura. Nesta criação, Carmen transcende o clássico. A fusão entre a tradição do balé, a força da dança contemporânea e o tempero das linguagens populares brasileiras e urbanas traz ao espetáculo uma linguagem única, revelando a potência feminina e a intensidade dos encontros e desencontros humanos.
ONDE E QUANDO: Sábado (25), às 22h na Praça da Matriz, em Paracuru. Quinta-feira (30), às 18h, na Fundação de Cultura e Turismo de Baturité. Sexta-feira (31), às 21h, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza
“À UN ENDROIT DU DÉBUT” – GERMAINE ACOGNY E MIKAËL SERRE (SENEGAL)
Com mais de 50 anos de carreira, a artista senegalesa Germaine Acogny é reverenciada mundialmente como uma das figuras mais influentes da dança contemporânea africana. Criou a técnica de “dança africana moderna”, uma linguagem corporal única, que une os saberes ancestrais africanos à expressividade da dança contemporânea. Nos anos de 1970 colaborou com Maurice Béjart na criação do Mudra Afrique. O solo “À un endroit du début” foi criado em parceria com o diretor Mikaël Serre. Nele, a artista mergulha nas camadas mais profundas de sua ancestralidade africana e de sua história pessoal para construir um solo de dança visceral, poético e político. A vinda de Acogny à Bienal acontece através da Temporada França-Brasil 2025.
ONDE E QUANDO: Quarta-feira (29), às 21h, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza.
“LE SACRE DU SUCRE” – CIE TRILOGIE LĒNABLOU (GUADALUPE)
A Temporada França-Brasil 2025 traz a Cie Trilogie Lēnablou, que tem à frente a coreógrafa e bailarina Lēnablou, de Guadalupe, com a obra “Le Sacre du sucre”. Fundada há 30 anos, a Cie Trilogie Lēnablou é uma das principais referências da criação coreográfica caribenha. Ela se destacou inúmeras vezes em todo o mundo (Europa, América Latina, Estados Unidos, África, Caribe) até se consolidar cada vez mais na cena internacional. Pioneira de uma nova estética da dança contemporânea proveniente do patrimônio “tradicional” guadalupense, Lēnablou continua a explorar, através de suas criações, a essência de uma escrita coreográfica baseada na Techni’ka e no conceito do Bigidi: a estética da harmonia da desordem.
ONDE E QUANDO: Sexta-feira (31), às 19h, no Teatro Dragão do Mar, em Fortaleza.
“LES TRACEURS” – RACHID OURAMDANE (FRANÇA)
O coreógrafo francês Rachid Ouramdane, parceiro antigo da Bienal e diretor do Teatro Chaillot, traz “Les Traceurs”, trabalho coreográfico nas alturas, que marcou a edição de 2021 da Bienal de Dança em Fortaleza, atraindo as atenções da população na Praça do Ferreira para o artista francês Nathan Paulin, ao apresentar-se a 50 metros de altura percorrendo 250 metros em highline. Rachid Ouramdane é um dos artistas que vem à Bienal por meio da Temporada França-Brasil 2025.
ONDE E QUANDO: Sábado (25) às 16h30 no Largo dos Tremembés, na Praia de Iracema, em Fortaleza.
QUEM FAZ A BIENAL
Apresentada pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado do Ceará, Enel Distribuição Ceará e Petrobras, por meio do programa Petrobras Cultural, a XV Bienal Internacional de Dança do Ceará é uma realização da Indústria da Dança do Ceará e da Proarte – Associação dos Produtores de Artes do Ceará, junto ao Ministério da Cultura e Governo Federal do Brasil, com correalização de Chaillot – Teatro Nacional da Dança; República francesa; Temporada França-Brasil 2025; Instituto Francês; Instituto Guimarães Rosa; e Ministério das Relações Exteriores. Patrocínio: Petrobras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio Institucional: Secretaria da Cultura do Ceará, com recursos provenientes da Lei Federal Nº 14.399 de julho de 2022, e Lei Estadual Nº 18.012, de 1o de abril de 2022. Apoio Cultural: Enel Distribuição Ceará.
SERVIÇO
XV Bienal Internacional de Dança do Ceará / Estação Brasil: De 24 de outubro a 1º de novembro de 2025, em Fortaleza, Paracuru, Trairi, Itapipoca, Pacatuba, Pacajus, Baturité e Guaramiranga (CE). Site: https://bienaldedanca.com/ . Informações: contato@bienaldedanca.com
Os ingressos da abertura no Theatro José de Alencar serão distribuídos gratuitamente, a partir de quarta-feira (22), na bilheteria do equipamento, das 13h às 19h, e no escritório de produção da Bienal de Dança, das 14h às 17h. (R. dos Tabajaras, 629 – Praia de Iracema). No mesmo dia (22/10), os ingressos para todos os espetáculos poderão ser retirados gratuitamente pelo Sympla.

