A vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018, foi homenageada nesta quarta-feira (15) em sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados. No mês que marca os cinco anos do crime, no qual foi morto o motorista Anderson Gomes, o mandante ainda não foi descoberto. “Desde 2018, em diversas partes do mundo, entre universidades, praças, casas legislativas e favelas onde Marielle tem sido homenageada de muitas maneiras, pergunta-se diariamente: ‘quem mandou matar Marielle e Anderson? E por quê?’”, questionou a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), autora do requerimento da homenagem. Com o plenário repleto de girassóis em homenagem à vereadora, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, emocionou-se ao falar de Marielle, sua irmã. “Ainda é difícil para mim falar dela no tempo passado, mas ela continua sendo para mim força, pluralidade e afeto. E ela sempre fez política da melhor maneira possível, sempre me inspira e vai ser minha líder para sempre. Enquanto a gente tiver forças e sangue, vai lutar para manter a memória e o legado dela”, afirmou a ministra. Anielle também criticou o fato de o mandante do crime continuar impune. “Enquanto não se responder quem mandou matar Marielle, a gente segue com essa democracia fragilizada. E eu espero realmente não ter que ficar mais cinco anos para esperar alguma resposta sobre os mandantes.” Também presente à sessão, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida, relacionou a elucidação do crime à democracia. “Não existe a possibilidade de o Brasil superar a desigualdade, o autoritarismo, avançar como uma sociedade verdadeira e democrática e superar o racismo, se não nos comprometermos, enquanto sociedade, com a elucidação do assassinato de Marielle Franco”, afirmou Sílvio Almeida. Histórico No fim de fevereiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo o ministro, o objetivo é ampliar a colaboração federal na apuração do caso. O crime completou cinco anos na terça-feira (14). A polícia chegou aos supostos executores do crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que já são réus e aguardam julgamento por júri popular, mas os mandantes e as motivações ainda não foram descobertos. Flávio Dino descartou, pelo menos, por enquanto, a federalização do caso e chegou a dizer que esta é uma questão de honra para o Estado brasileiro.
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Notícias Relacionadas

🔒 PL Antifacção: Veja como votou cada deputado
PorJR VitalApós intensa disputa e seis versões, o texto-base do PL Antifacção, relatado por Guilherme Derrite, foi aprovado

🔒 PL Antifacção: Câmara aprova texto-base ‘Frankenstein’ de Derrite
PorJR VitalApós seis versões, a Câmara aprova o texto-base do Marco Legal do Crime Organizado
“Volta do imposto sindical obrigatório representaria um retrocesso”, avaliam tributaristas
PorJR VitalO Brasil 61 saiu em campo para saber a opinião de professores e especialistas em Direito Tributário sobre a proposta anunciada esta semana pelo Ministério do Trabalho, que pretende fortalecer os sindicatos principalmente com a possibilidade de ressuscitar o imposto sindical obrigatório. A obrigatoriedade de o trabalhador ter a taxa sindical descontada em seu salário deixou…

“Vergonha nacional”: Lula detona PEC da Blindagem
PorJR VitalProposta foi rejeitada por unanimidade na CCJ do Senado e arquivada por Davi Alcolumbre

“Todo dia sofro violência política”, diz governadora Raquel Lyra
PorJR Vital*Chefe do Executivo do estado de Pernambuco fala para Iuri Pitta e Carol Nogueira sobre a criminalidade no seu Estado e no País; *Para ela, “saidinha” e prazos de justiça criminal dão tempo para criminoso praticar outros crimes

“Tá Escrito” vira jingle de Boulos e gera polêmica com Carlos Bolsonaro
Música do grupo Revelação é usada na campanha de Boulos com autorização; Carlos Bolsonaro utiliza sem permissão


