Texto é mais rápido e mais direto, mas há quem prefira a praticidade e o conforto de áudios longos ou curtos. Independentemente da preferência, o meio costuma ser o mesmo: o mensageiro favorito da galera. As ligações ainda existem, mas são executadas por áudio ou vídeo dentro do próprio mensageiro. Os pacotes de internet estão aí para isso mesmo, pra quê gastar com crédito, não é? Um serviço antigo e lançado agora no Brasil, no entanto, pode alterar esse padrão, seu nome é Dial a poem.
Criado por John Giorno, artista e poeta norte-americano expoente da geração beat, Dial a poem é um serviço público que reverbera poesia há quase 60 anos. Disca-se um número e ouve-se alguém recitando uma poesia aleatória dentre mais de duas centenas.
No Brasil, o serviço faz parte da exposição que acontece em São Paulo sobre a obra de Giorno com curadoria de Marcela Vieira. Dial-A-Poem Brazil tem foco na diversidade de autores e poemas e, segundo consta, tem 181 poemas falados em português, ticuna, guajajara, baniwa e alemão com temática relacionada de alguma forma ao erotismo.
Entre os escolhidos, é possível escutar desde Ana Martins Marques e Fabrício Corsaletti recitando seus próprios poemas até clássicos como Drummond e Gregório de Matos (recitados por outras figuras, claro). Para coroar o projeto ainda há a participação de Maria Bethânia, famosa por si mesma, por sua voz, por seu talento e por inserir poemas em suas interpretações.
A exposição que acontece em São Paulo, desde o dia 18, na Moraes Barbosa conta com um telefone físico para que o público ouça os poemas e vai até dia 15 de março. Até lá, o número 0800-01-76362 pode unir qualquer brasileiro portador de telefone à poesia. Disque poema e se encante.