Deputado bolsonarista que registrou dois fuzis e pistolas como patrimônio nomeia ex-secretário ligado ao Comando Vermelho

Raphael Montenegro, investigado por supostas negociações com o CV, assume cargo na Alerj
17 de março de 2025
1 min de leitura
Flávio Bolsonaro e o deputado estadual Alexandre Knoploch (PL-RJ). Foto: reprodução
Flávio Bolsonaro e o deputado estadual Alexandre Knoploch (PL-RJ). Foto: reprodução

Rio de Janeiro O deputado estadual Alexandre Knoploch (PL-RJ) nomeou o ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, como assessor parlamentar.

O ex-secretário foi preso em 2021 durante operação da Polícia Federal sob a suspeita de negociação com integrantes do Comando Vermelho (CV) para a transferência de presos.

Montenegro permaneceu detido por seis dias e, em 2022, teve a ação penal arquivada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) por falta de provas de interesse pessoal nas negociações. No entanto, gravações da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) indicam que ele tinha conhecimento da entrada de celulares nos presídios e da expansão do CV para outros estados e até para o exterior.

Knoploch declarou várias armas como patrimônio

Em 2024 Alexandre foi candidato a vereador do Rio pelo PL e disse possuir sete armas na sua declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral. Entre revólveres, pistolas e até dois fuzis, o aspira acumula quase R$ 62 mil no pequeno arsenal.

 Knoploch (PL) voltou à Assembleia Legislativa em 2025, na vaga do prefeito eleito de São João de Meriti, Léo Vieira (Republicanos).

Nomeação gera polêmica

A decisão de Knoploch, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou críticas. O deputado justificou a nomeação alegando que Montenegro é “um advogado experiente e conhecedor do sistema penitenciário”.

A nomeação ocorre em meio à tentativa de Knoploch de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar a gestão da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

Suspeitas contra Montenegro

Gravações apontam que Montenegro manteve conversas com traficantes durante seu período à frente da Seap. Ele teria dialogado com Marcinho VP, um dos principais líderes do CV, sobre um possível acordo entre facções rivais.

Além disso, Montenegro foi acusado de falsidade ideológica por apresentar informações falsas à Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) para justificar visitas a detentos.

Entenda o caso Montenegro e suas ligações com o CV

  • Raphael Montenegro foi preso em 2021 por supostas negociações com o Comando Vermelho.
  • Em 2022, o TRF-2 arquivou o processo por falta de provas de interesse pessoal.
  • Gravações indicam que ele sabia da entrada de celulares nos presídios e da expansão do CV.
  • Alexandre Knoploch nomeou Montenegro como assessor parlamentar na Alerj.
  • Deputado também propôs CPI para investigar a gestão da Seap.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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