Rio de Janeiro – O deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil) protocolou um projeto para acabar com os chamados “camarotes de exclusão” em eventos públicos, como os realizados em praias e praças do estado.
Segundo ele, em shows como o da Lady Gaga, o espaço reservado para áreas VIP atrapalhou a visão do público geral e criou um verdadeiro “anel de segregação”.
Reclamações após o show de Lady Gaga
O estopim para o projeto veio depois do show da cantora Lady Gaga, realizado em um espaço público. Um levantamento feito pelo gabinete do deputado apontou que, entre os dias 3 e 4 de maio, mais de 70% das menções ao termo “camarote VIP” nas redes sociais tinham tom negativo.
De acordo com o deputado, os relatos incluíam que a área cercada atrapalhava quem estava fora do espaço pago. “Foi descrita como uma muralha, impedindo a visão lateral a partir da metade da areia”, disse Amorim.
“Anel de exclusão” e espaço público
Além das críticas sobre visibilidade, houve reclamações de que seguranças empurravam quem tentava se aproximar da divisória, dificultando ainda mais o acesso de quem ficou de fora do VIP.
Rodrigo Amorim foi direto: “É lamentável transformar um espaço público em área de privilégios, empurrando o povo para trás enquanto alguns poucos aproveitam na frente”.
Proposta prevê punição
O Projeto de Lei apresentado por Amorim quer proibir qualquer área VIP em eventos realizados em bens públicos como praias, praças ou calçadões. Se não for respeitada, a medida pode ser enquadrada como improbidade administrativa, com punições para os responsáveis.
Madonna também foi alvo
O parlamentar citou outro exemplo: o show de Madonna, em 2023. “A história se repetiu: convidados comendo e bebendo em área VIP montada em plena praia. E pior: muitas vezes às custas do dinheiro público”, criticou.
Ele destacou que no show da Lady Gaga, o primeiro fã não-VIP estava a 200 metros do palco. “É inaceitável que alguém chegue horas antes para ficar tão longe. E tudo isso em um espaço que é do povo”, reforçou.
