Rio de Janeiro – A Polícia Civil indiciou Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, que se diz evangélico, e mais quatro traficantes por envolvimento no tiroteio que matou três pessoas na Avenida Brasil, em outubro de 2024.
O ataque partiu de criminosos do Complexo de Israel, na Zona Norte, para proteger comparsas em fuga.
Segundo a investigação das delegacias de Homicídios da Capital e da Baixada Fluminense, os disparos foram deliberados, atingindo inocentes e parando parte da cidade por horas.
Ataque foi planejado
A polícia concluiu que Peixão, chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), ordenou o ataque como manobra de proteção. O objetivo era distrair os agentes durante uma operação em comunidades como Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.
Durante a ação, seis pessoas foram baleadas, entre elas:
- Um motorista de aplicativo,
- Um passageiro de ônibus,
- Um caminhoneiro.
Três morreram na hora.
Avenida Brasil ficou bloqueada
A troca de tiros interrompeu o trânsito na Avenida Brasil por duas horas, impactando ônibus e trens.
Na ocasião, a PM disse que o foco da operação era combater o roubo de cargas e veículos, comum na região.
Conflito entre facções
O Complexo de Israel está no centro da guerra entre o TCP e o Comando Vermelho (CV). Desde 2023, a área enfrenta tiroteios constantes por disputa de território.
No início de 2025, moradores de Vigário Geral relataram madrugadas de pânico com rajadas de tiros.
Quem é Peixão
Com 35 anotações criminais e 131 ocorrências ligadas ao seu nome, Peixão é apontado como líder absoluto do TCP na Zona Norte. Ele controla regiões como Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-Pau e Vigário Geral.
Além de tráfico e homicídios, ele é investigado por:
- Tortura e sequestros,
- Construção de imóveis de luxo nas favelas,
- Instalação de câmeras de vigilância,
- Pontes improvisadas ligando comunidades.
Intolerância religiosa
A polícia também apura denúncias de intolerância religiosa. Moradores relataram que Peixão expulsou famílias de religiões afro-brasileiras e até mandou fechar uma igreja católica.
