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Helder Barbalho detona Rio como “exportador de criminosos”

Brasília (DF) – O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), resolveu colocar o dedo na ferida durante uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (28): segundo ele, o Rio de Janeiro se transformou no maior polo exportador de criminosos do país.

Para completar o diagnóstico apocalíptico, Barbalho revelou que favelas cariocas estariam no comando de ações do crime organizado em pelo menos 23 estados brasileiros.

A crítica, embora embasada em dados e operações conjuntas entre os estados, caiu como uma bomba no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.

Não é todo dia que um governador chama o Rio de “centro logístico do crime” em rede nacional. Mas, segundo Barbalho, a descentralização das ordens criminosas deixou de ocorrer a partir dos presídios e agora parte diretamente das comunidades dominadas por facções como o Comando Vermelho.

“Antigamente, as ações das facções eram dirigidas dos presídios. Como a maioria dos estados resolveu a situação, as quadrilhas passaram a agir sob ordens vindas das favelas do Rio”, disparou o governador paraense, em uma fala que soou como alerta e indireta indigesta ao governo de Cláudio Castro (PL).

Fuga em massa: 80 criminosos do Pará abrigados no Rio

O governo do Pará afirma que pelo menos 80 criminosos foragidos da Justiça local encontraram refúgio em comunidades dominadas por facções cariocas. Um verdadeiro êxodo da bandidagem, que cruza o país com a confiança de quem sabe que encontrará abrigo seguro e estrutura criminosa à disposição.

A estimativa é da própria Polícia Civil do Pará, que detalha que os fugitivos foram identificados durante operações conjuntas com as forças de segurança do Rio. Entre os capturados, estão sequestradores, assaltantes e traficantes – todos devidamente integrados à engrenagem do crime fluminense.

“Exportação do crime”: o call center do terror

A denúncia de Barbalho não é apenas retórica. Em dezembro de 2024, uma grande operação no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, escancarou a realidade: um verdadeiro call center do crime foi desmantelado no coração da favela. Dali, partiam ordens estratégicas para as “filiais” da facção espalhadas pelo país, reafirmando o status de capital do crime que o Rio insiste em manter, entre uma chacina policial e outra.

A estrutura revelada, segundo os investigadores, não deixa dúvidas: a facção carioca opera como uma empresa interestadual do crime, com cadeia de comando definida, base territorial protegida e tentáculos em pelo menos 23 unidades da federação.

Coalizão nacional contra o crime: utopia ou último recurso?

Diante do quadro, Barbalho propôs uma coalizão nacional envolvendo estados, União e municípios, para frear o avanço das organizações criminosas. “O enfrentamento isolado não é suficiente para desarticular redes que atuam em escala nacional”, afirmou o governador, sugerindo o que talvez seja a última cartada institucional antes do colapso total da segurança pública no Brasil.

A fala do paraense também se cercou de cautela política: entrou em contato com o governador Cláudio Castro e com o prefeito Eduardo Paes (PSD) para evitar a interpretação de que sua proposta seria um pedido disfarçado de intervenção federal no Rio. Mas, ainda assim, segundo apurou a imprensa, assessores do governo fluminense consideraram as declarações “duras demais”.

Um sistema em ruínas e uma federação refém

A provocação de Barbalho não ocorre no vácuo. A escalada da violência no Brasil revela o fracasso de décadas de políticas de segurança baseadas em repressão seletiva, encarceramento em massa e operações espetaculosas que não afetam a cadeia de comando do crime organizado.

Enquanto os cofres públicos sangram para manter polícias militarizadas, mas ineficientes, as facções seguem crescendo como empresas multinacionais. O Rio, com sua crônica promiscuidade entre crime, Estado e mercado imobiliário, vira sede e símbolo dessa barbárie institucionalizada.

E no silêncio dos demais governadores, o apelo de Helder Barbalho escancara algo ainda mais grave: o pacto federativo brasileiro virou refém da guerra entre facções, onde a ausência de uma estratégia nacional real só beneficia quem lucra com o caos.

Para quem o Rio está exportando seus criminosos? Para o Brasil inteiro. E ninguém mais pode alegar surpresa.

O Carioca esclarece

1. Por que Helder Barbalho chamou o Rio de “polo exportador de criminosos”?
Porque, segundo o governador do Pará, favelas cariocas comandam operações do crime organizado em 23 estados e abrigam foragidos de outras regiões.

2. Quantos criminosos do Pará estariam escondidos no Rio?
A Polícia Civil do Pará estima que cerca de 80 foragidos estão refugiados em comunidades dominadas por facções do Rio.

3. O governador pediu intervenção federal no Rio?
Não. Barbalho deixou claro que não solicitou intervenção e conversou com autoridades fluminenses para evitar essa leitura.

4. Existe proposta concreta para conter o avanço do crime?
Sim. Barbalho defende uma coalizão nacional entre União, estados e municípios para desarticular redes interestaduais do crime organizado

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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