NeoFascismo

5 fatos chocantes sobre agressão de ator pela extrema-direita

Adérito Lopes, no papel de Camões, é ferido em Lisboa, com motivações ideológicas e medo à liberdade cultural

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Direitos de autor Adérito Lopes/Facebook

Lisboa, 10 de junho de 2025 – O ator Adérito Lopes, protagonista da peça sobre Camões, foi violentamente agredido por um grupo de extrema‑direita em Lisboa.

Ele foi hospitalizado com ferimentos no rosto após ataque com arma branca; autocolantes com mensagens supremacistas foram deixados no local.

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Violência extremista interrompe peça sobre Camões

Na noite desta terça-feira, o premiado ator português Adérito Lopes foi atacado por cerca de 30 manifestantes do movimento “Reconquista” enquanto chegava ao teatro Cinearte para sua última apresentação de Amor é um fogo que arde sem se ver, produção do A Barraca. A peça, de entrada gratuita, foi suspensa após o ataque e Lopes foi encaminhado ao hospital com cortes no rosto e ferimento no olho, supostamente causado por arma branca.

Extremistas marcam território com simbolismo neonazi

O grupo deixou adesivos com frases como “Defende o teu sangue” e “Portugal aos portugueses” — com grafia arcaica, marca registrada da Reconquista. Essa simbologia aponta para uma ideologia identitária que busca intimidar manifestações culturais não alinhadas com seu discurso xenófobo .

https://twitter.com/i/status/1932814592335282180

Ecos do passado: Dia de Portugal manchado de violência

A agressão acontece exatamente 30 anos após a morte de Alcindo Monteiro, um jovem luso-cabo-verdiano assassinado por skinheads no Dia de Portugal de 1995. A tragédia foi lembrada empaticamente pela comunidade antirracista, que reuniu mais de 500 pessoas no Largo do Carmo para protestar contra os mesmos padrões ideológicos que surgem agora em Lisboa.

Reações e responsabilidades políticas

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, reagiu nas redes (X): “os neofascistas atacam os livros, o teatro e quem faz cultura”. Ela criticou ainda a posição do governo PSD, que removeu a ameaça da extrema-direita do relatório de segurança interna. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, prestou solidariedade à equipe do A Barraca .

O Brasil observa: violência política em alta em Portugal

Casos recentes mostram que a violência motivada por discurso de ódio cresce em Portugal. Um empresário brasileiro foi agredido em março em Lisboa com um soco inglês; outro estudo do O Globo indica que ataques a imigrantes aumentaram como reflexo do discurso ultradireitista.


O Carioca Esclarece:
Parte dessa violência tem raízes em movimentos organizados como Reconquista e Ergue‑te, que se aproveitam de eventos simbólicos, como o Dia de Portugal ou programação cultural, para plantar ideologia e medo.


FAQ

1. Quem é Adérito Lopes?
Ator português de 45 anos, tem doutorado em Teatro e integra há anos a companhia A Barraca. Foi premiado em 2014 com Maria do Céu Guerra pela montagem Menino de Sua Avó.

2. O que é o movimento “Reconquista”?
É um grupo de extrema‑direita conhecido por grafias arcaicas e ideologia identitária, envolvido em atos de intimidação cultural e marcadores supremacistas – como os adesivos deixados nesta agressão.

3. Qual a resposta do governo português?
A repercussão do ataque levou a críticas por omissão; a esquerda denuncia que o governo PSD omitiu a ameaça da extrema‑direita em relatório oficial de segurança.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.