Brasília, 24 de junho de 2025 – “O Brasil não tem lado. O Brasil está do lado da paz.” A declaração foi feita por Celso Amorim, assessor internacional de Lula, em resposta à pressão dos Estados Unidos para que países da América Latina escolham um lado no conflito entre Irã e Israel.
Amorim reage à pressão dos EUA e reafirma posição do Brasil pela paz
O governo brasileiro reagiu de forma contundente à tentativa dos Estados Unidos de pressionar países da América Latina e do Caribe a tomarem partido na guerra entre Irã e Israel.
“O Brasil não tem lado. O Brasil está do lado da paz”, afirmou Celso Amorim, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores. A declaração foi dada após uma diplomata norte-americana exigir, em coletiva, que as nações da região “decidam de que lado vão estar”.
A manifestação dos EUA ocorre às vésperas da 55ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para esta terça-feira. Embora o Haiti seja o tema oficial do encontro, a escalada no Oriente Médio também deve dominar parte das discussões.
Pressão dos EUA tenta impor alinhamento automático
Durante a coletiva, a representante do Departamento de Estado dos EUA deixou claro o objetivo de isolar diplomaticamente o Irã e fortalecer o apoio irrestrito a Israel. “Cada país tem que tomar uma decisão”, afirmou a diplomata, reforçando a expectativa de alinhamento dos países da OEA com os interesses geopolíticos de Washington.
A resposta brasileira, categórica, reflete a postura histórica do país em crises internacionais: rejeitar alinhamentos automáticos e priorizar a construção de saídas diplomáticas.
Lula mantém tradição da diplomacia independente brasileira
A posição defendida por Amorim não é isolada, mas parte da estratégia diplomática do governo Lula, que reafirma princípios como a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a busca por soluções negociadas.
Essa linha de atuação, conhecida como equidistância ativa, busca manter o Brasil distante de blocos beligerantes, sem abrir mão de participar ativamente da construção de diálogos de paz e mediação de conflitos.
“O papel do Brasil não é escolher entre lados em guerra. É trabalhar pela paz”, reforçou Amorim, ao ser questionado sobre as expectativas dos EUA.
Trump tenta se projetar como mediador, mas trégua é incerta
Na noite anterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Irã e Israel, declarando o fim da chamada “Guerra dos 12 Dias”. No entanto, tanto Teerã quanto Tel Aviv ainda não confirmaram formalmente a estabilidade do suposto acordo.
A iniciativa de Trump, vista por analistas como uma manobra para reforçar sua imagem diplomática, não altera a posição brasileira, que continua priorizando o diálogo, o respeito ao direito internacional e a busca por soluções pacíficas.
O Brasil rejeita ser marionete da geopolítica dos EUA
A tentativa de Washington de impor uma lógica de “lado certo e lado errado” esbarra na tradição diplomática brasileira, construída sobre pilares de soberania, independência e defesa do multilateralismo.
O Diário Carioca destaca que o Brasil, historicamente, rejeita participar de coalizões militares patrocinadas pelos Estados Unidos e mantém sua política externa baseada no equilíbrio, no diálogo e na promoção da paz.
O Carioca Esclarece
Equidistância ativa é o princípio da diplomacia brasileira que mantém o país fora de alinhamentos automáticos, permitindo participação em negociações de paz, mediação de conflitos e defesa da soberania internacional.
FAQ – Perguntas Frequentes
Qual é a posição do Brasil sobre a guerra entre Irã e Israel?
O Brasil defende a paz e não se alinha a nenhum dos lados. Reafirma o compromisso com o diálogo, a mediação e a solução pacífica dos conflitos.
Por que os EUA estão pressionando o Brasil?
Os EUA tentam impor um alinhamento automático na América Latina, buscando apoio contra o Irã e ao lado de Israel no contexto da guerra no Oriente Médio.
O Brasil apoia o cessar-fogo anunciado por Trump?
O governo brasileiro apoia qualquer iniciativa de paz, mas mantém uma postura independente, focada na diplomacia e no respeito ao direito internacional, sem endossar unilateralmente ações que não tenham respaldo formal dos envolvidos.