Rio de Janeiro — 7 de julho de 2025 | Uma operação da prefeitura no bairro de Copacabana terminou em violência contra moradores em situação de rua, segundo mostram vídeos nas redes sociais.
Ação da prefeitura termina em agressões e repressão em Copacabana
Uma ação conjunta da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Secretaria de Assistência Social (Smas) resultou em cenas de violência explícita na noite desta segunda-feira (07), na Rua Dias da Rocha, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Agentes das duas pastas aparecem em vídeos publicados nas redes sociais agredindo com cassetetes moradores em situação de rua.
De acordo com a versão oficial da prefeitura, os fiscais teriam pedido que o grupo reduzisse o volume de um alto-falante. Um dos homens teria reagido com agressividade, xingando os agentes e atirando pedras. A resposta dos servidores foi imobilizar e algemar os envolvidos, que foram levados para a 13ª DP (Ipanema), onde o caso foi registrado.
As imagens, no entanto, mostram dois agentes utilizando força excessiva contra pessoas já rendidas, incluindo golpes com cassetetes em áreas vitais do corpo.
Violência institucional contra os mais vulneráveis
As cenas reforçam a escalada de violência institucionalizada contra a população em situação de rua na cidade do Rio. Ações que deveriam priorizar cuidado, abordagem humanizada e proteção social têm sido marcadas por repressão, criminalização da pobreza e violações de direitos humanos.
Apesar da promessa da prefeitura de apurar os “possíveis excessos”, o histórico das operações conduzidas por forças da Seop e da Smas aponta para uma política sistemática de remoção forçada, destruição de pertences e criminalização da presença urbana de pessoas vulneráveis.
Falta de protocolo e garantias
Especialistas em direitos humanos denunciam a ausência de protocolos claros de abordagem e acolhimento por parte das equipes. “Essas operações violam o princípio da dignidade humana e transformam servidores públicos em agentes de repressão. O uso de força contra pessoas em extrema vulnerabilidade é uma afronta à legalidade”, afirma um defensor público ouvido pela reportagem.
A Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual já acumulam denúncias semelhantes em operações anteriores, sem que medidas efetivas de correção institucional tenham sido tomadas.
O Diário Carioca Esclarece
- Toda operação de abordagem social deve ser fundamentada em princípios de dignidade, não violência e acolhimento, segundo normas federais.
- O uso de força só é admitido em casos extremos e com proporcionalidade, sob supervisão técnica e com registro formal.
- A Seop e a Smas são órgãos municipais, subordinados à Prefeitura do Rio de Janeiro, e devem prestar contas de seus atos à sociedade.
- O Diário Carioca não veicula imagens de violência explícita, mas se compromete com a denúncia fundamentada de abusos de poder.
Perguntas Frequentes (FAQ)
A prefeitura pode usar força contra moradores de rua?
A força só é permitida em situações extremas e deve seguir protocolos rígidos. A violência como primeira resposta é ilegal.
O que acontece com os agentes que cometeram abusos?
Em tese, eles devem ser investigados administrativamente e podem responder por abuso de autoridade e lesão corporal. Mas punições são raras.
Como denunciar abusos cometidos por agentes da prefeitura?
Cidadãos podem registrar denúncias na Ouvidoria Geral do Município, no Ministério Público Estadual ou na Defensoria Pública.