Rio de Janeiro, 24 de julho de 2025 — A menos de 100 dias para o Enem, estudantes que ainda não começaram a estudar enfrentam o desafio de recuperar o tempo perdido. Mas educadores garantem: com estratégia, ainda é possível alcançar bons resultados.
Começar tarde não é o fim — desde que seja com método
O relógio corre, mas ainda não é hora de desistir. Com o Enem 2025 marcado para novembro, quem não conseguiu manter uma rotina de estudos ao longo do ano pode estar se sentindo à deriva. No entanto, o cenário é reversível, segundo educadores. “Ainda temos um trimestre inteiro até a prova. O estudante que agir agora, com foco e disciplina, pode recuperar terreno e fazer uma boa redação, além de pontuar bem nas áreas de conhecimento”, afirma Luã Marins, Diretor de Ensino da Inspira Rede de Educadores.
O essencial, segundo ele, é abandonar a culpa, aceitar o ponto de partida real e montar um plano estratégico que priorize conteúdos recorrentes, revisão sistemática e equilíbrio emocional.
Organize uma rotina realista e consistente
Não adianta estudar por oito horas num dia e passar a semana seguinte sem abrir o caderno. A constância supera a intensidade esporádica. Uma rotina com blocos curtos de estudo, revisão semanal e pausas regulares tem mais efeito que maratonas desorganizadas. O ideal é estabelecer metas viáveis e adaptáveis, especialmente para quem concilia trabalho, escola ou outras obrigações.
Priorize o que mais cai no Enem
Tentar abarcar todo o conteúdo previsto no edital agora seria contraproducente. A melhor saída é ser cirúrgico: interpretar textos, funções, porcentagem, ecologia, cidadania e desigualdade social estão entre os temas mais cobrados. Saber isso não é decorar fórmula, mas entender o perfil da prova.
“Linguagens sempre cobra leitura crítica. Em Humanas, temas como democracia e meio ambiente são recorrentes. Matemática exige raciocínio lógico com foco em funções e proporções. Em Natureza, ecologia e saúde aparecem com frequência. Estudar com base nesse histórico é mais inteligente do que tentar cobrir tudo”, orienta Luã.
Faça simulados e corrija os próprios erros
Resolver provas anteriores e fazer simulados realistas ajuda a entender o estilo da banca, treinar o tempo de resposta e identificar lacunas de conteúdo. Além disso, permite medir o progresso com clareza.
Mas atenção: fazer simulados só tem valor se vier acompanhado de análise. O estudante deve revisar os erros, buscar entender por que errou e refazer questões parecidas. Isso reforça o aprendizado e evita que os mesmos deslizes se repitam no dia da prova.
Redação toda semana, como hábito
A redação vale mil pontos e costuma ser o diferencial no resultado final. A prática semanal, com foco em estrutura, argumentação e coesão, é imprescindível. Vale seguir modelos nota mil, buscar correções e simular temas prováveis. O que importa não é decorar fórmulas, mas construir argumentos com densidade e domínio do repertório.
Repertório cultural: conteúdo e saúde mental
O Enem exige mais do que conhecimento técnico. Ele cobra leitura crítica de mundo. Filmes, músicas, livros, exposições e podcasts não só enriquecem a argumentação como também aliviam a pressão do processo de estudos.
“Repertório cultural é ferramenta poderosa, mas precisa ser bem usado. Só citar uma obra não garante ponto: é necessário articular essa referência ao argumento principal com clareza e propósito”, ressalta Luã Marins.
Além disso, atividades culturais ajudam a preservar a saúde mental, ampliando a motivação e tornando o estudo mais prazeroso. Em tempos de ansiedade crescente, esse é um diferencial que importa.
Quadro: Perguntas e Respostas
Ainda dá tempo de se preparar para o Enem 2025 começando agora?
Sim. Com três meses até a prova, é possível construir uma preparação sólida com foco, rotina e conteúdo estratégico.
Como montar um cronograma de estudos na reta final?
Priorize constância, com metas realistas, revisões semanais e pausas programadas. Evite exageros ou maratonas improdutivas.
Quais são os temas que mais caem no Enem?
Em Linguagens: interpretação de texto. Em Humanas: cidadania, meio ambiente e desigualdade. Em Matemática: funções e porcentagem. Em Natureza: ecologia, saúde e tecnologia.
Quantas redações devo fazer por semana?
Uma por semana já é um bom começo. O ideal é que sejam corrigidas, comparadas com modelos e revisadas criticamente.
Repertório cultural vale ponto na redação?
Sim, se for bem contextualizado e conectado ao tema e ao argumento. Referências soltas, sem articulação crítica, têm pouco impacto.