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Lula reage a interesse dos EUA em petróleo, ouro, lítio, nióbio e outros minerais: ‘Soberania’

Em Minas, presidente defende soberania sobre petróleo, ouro, lítio e nióbio diante da cobiça internacional

Minas Gerais, 24 de julho de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira o controle soberano do Brasil sobre seus recursos naturais e criticou diretamente o interesse dos Estados Unidos em minerais estratégicos como lítio e nióbio.


Interesses estrangeiros no subsolo brasileiro

Num evento oficial em Minas Gerais, Lula reagiu com dureza ao avanço diplomático dos Estados Unidos sobre as reservas minerais brasileiras. “Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro, nossos minerais ricos que vocês querem — e aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, declarou, em referência ao avanço das tratativas entre o setor de mineração e diplomatas norte-americanos.

A fala ocorre um dia após o encontro entre o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e Gabriel Escobar, atual encarregado de negócios dos EUA no Brasil. O cargo de embaixador permanece vago, mas as movimentações em torno de acordos bilaterais não cessaram — sobretudo em temas ligados à extração de minerais críticos para a indústria tecnológica.


Lítio, nióbio e terras raras em disputa global

A pressão americana se insere na chamada política de segurança econômica de Washington, que visa garantir fornecimento estável de 51 minerais considerados cruciais para setores como o de baterias elétricas, armamentos, supercondutores e energia renovável. O Brasil é uma peça-chave nesse xadrez geopolítico.

Lula, porém, reafirmou a prioridade da soberania nacional e vinculou a exploração dos recursos ao interesse público. “Queria dizer para o presidente Trump: a nossa soberania é feita por esse povo brasileiro que trabalha e que produz”, declarou, em tom direto e provocativo.


Soberania e responsabilidade ambiental

O presidente também invocou o papel ambiental do país como argumento geopolítico. “Temos 12% da água doce do mundo para proteger, 215 milhões de pessoas para cuidar e uma floresta que é patrimônio da humanidade, mas responsabilidade nossa”, disse.

O recado é claro: o Brasil não aceitará ser tratado como provedor passivo de insumos estratégicos. A diplomacia econômica, segundo fontes do Planalto, será regida pelo princípio da reciprocidade e da autonomia nacional — não por submissão.


Concessões não significam subordinação

Interlocutores do governo confirmaram que empresas privadas seguem com concessões legais para explorar jazidas, mas reforçaram que a exportação de minérios estratégicos será cuidadosamente regulada.

A embaixada dos EUA reconheceu o encontro com o Ibram, mas evitou comentar os temas tratados.


Minérios do futuro e disputa do presente

Especialistas ouvidos por veículos de imprensa destacam a relevância dos minerais em jogo. O nióbio, por exemplo, é insubstituível em ligas metálicas de alta resistência e componentes magnéticos. O lítio é base das baterias que movem a indústria automotiva do futuro. Já as terras raras alimentam tecnologias militares e digitais em todo o mundo.

Ao reafirmar o protagonismo do Brasil, Lula articula uma posição que alia soberania, justiça social e responsabilidade ambiental — em contraste com a lógica extrativista imposta historicamente por potências estrangeiras.


Quadro: Perguntas e Respostas

Por que os Estados Unidos estão interessados em minérios brasileiros?
Porque o Brasil possui reservas estratégicas de minerais raros essenciais para indústrias de alta tecnologia, como aeroespacial, bélica e energética.

O Brasil pode vender esses minérios aos EUA?
Sim, mas Lula deixou claro que qualquer negociação dependerá de critérios soberanos, voltados ao interesse nacional.

O que são minerais estratégicos?
São minérios como lítio, nióbio, silício e terras raras, fundamentais para tecnologias avançadas e para a segurança energética e militar de países.

Empresas estrangeiras podem explorar minérios no Brasil?
Apenas sob concessões concedidas pelo governo, com regras específicas. A soberania sobre os recursos segue sendo brasileira.

Por que Lula citou Trump?
Para reafirmar que, mesmo diante de interesses de potências como os EUA, o Brasil não aceitará ser tratado como colônia.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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