Jerusalém, 27 de julho de 2025 — Em mais uma ofensiva direta contra missões civis internacionais, forças armadas de Israel interceptaram o barco Handala, pertencente à Coalizão Freedom Flotilla, e detiveram arbitrariamente 21 civis desarmados de diversas nacionalidades. A embarcação foi capturada em águas internacionais, a cerca de 40 milhas náuticas da Faixa de Gaza, enquanto transportava ajuda humanitária essencial, como leite infantil, fraldas, alimentos e medicamentos para a população palestina sitiada.
Ação sem respaldo jurídico
O ataque ocorreu às 23h43 (horário local), quando todas as comunicações e câmeras a bordo foram desligadas abruptamente. Israel ainda não apresentou justificativas com base no direito marítimo internacional para a interceptação, considerada ilegal e arbitrária por organizações jurídicas internacionais.
“Israel não tem autoridade legal para deter civis internacionais a bordo do Handala,” afirmou Ann Wright, integrante do comitê diretivo da Freedom Flotilla. “Essa ação ocorreu fora da jurisdição israelense e viola leis marítimas reconhecidas globalmente.”
Passageiros visados e perseguição internacional
Entre os ocupantes estavam parlamentares, jornalistas, sindicalistas e ativistas de 12 países, incluindo:
- Christian Smalls, fundador do sindicato dos trabalhadores da Amazon (EUA);
- Huwaida Arraf, advogada palestino-americana;
- As deputadas francesas Emma Fourreau e Gabrielle Cathala;
- O professor italiano Antonio Mazzeo;
- O economista espanhol Santiago González Vallejo;
- Jornalistas da Al Jazeera, como Mohamed El Bakkali e Waad Al Musa.
A lista confirma que o alvo da operação não eram combatentes, mas figuras públicas atuando sob o amparo do direito internacional humanitário.
Repressão sistemática às missões humanitárias
Essa é a terceira investida israelense contra embarcações da Freedom Flotilla em 2025. Em maio, o barco Conscience foi atingido por um drone israelense em águas europeias, deixando quatro feridos. Em junho, o Madleen foi capturado, e os ativistas a bordo — incluindo Greta Thunberg, a deputada Rima Hassan e o brasileiro Thiago Ávila — foram igualmente sequestrados e removidos à força.
Antes da abordagem, os passageiros do Handala haviam anunciado uma greve de fome coletiva, rejeitando qualquer alimento ou água fornecidos por Israel. O gesto buscava protestar contra o bloqueio à ajuda humanitária para Gaza, em desacato às ordens vinculantes da Corte Internacional de Justiça, que exigem a liberação de acesso ao território palestino.
Um padrão de violação do direito internacional
As reiteradas ofensivas demonstram um padrão de ação deliberada contra civis em rotas legalmente autorizadas, ampliando as denúncias internacionais de que Israel opera como Estado fora das normas internacionais. Segundo juristas e entidades de direitos humanos, trata-se de uma estratégia de intimidação política e diplomática, que deve ser rechaçada com sanções e responsabilização formal.
Perguntas frequentes (FAQ)
Quem eram os passageiros do barco Handala?
Eram 21 civis de 12 países, incluindo ativistas, parlamentares, jornalistas e sindicalistas — todos desarmados e com atuação humanitária reconhecida.
Por que Israel interceptou o barco?
Até o momento, Israel não apresentou justificativa legal. O ataque ocorreu em águas internacionais e fere o direito marítimo internacional.
O que a embarcação transportava?
Leite infantil, fraldas, alimentos e medicamentos, destinados à população civil da Faixa de Gaza.
Essa é a primeira vez que Israel ataca a Freedom Flotilla?
Não. Em 2025, já ocorreram três ataques similares, evidenciando um padrão de repressão sistemática contra missões civis.
Qual a posição da comunidade internacional?
Entidades e juristas denunciam a ação como ilegal e pedem sanções. A Corte Internacional de Justiça já determinou o livre acesso da ajuda humanitária à Gaza.