Sem trabalhar, Eduardo Bolsonaro mantém funcionários na Câmara

Deputado segue com oito servidores ativos na Câmara e gastos mensais de R$ 132 mil

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Eduardo Bolsonaro Foto: Reprodução/YouTube

Brasília, 28 de julho de 2025 — Mesmo foragido nos Estados Unidos, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL de São Paulo) mantém oito servidores ativos em seu gabinete na Câmara dos Deputados, com impacto mensal de R$ 132,4 mil nos cofres públicos. A informação foi revelada pela coluna de Guilherme Amado, do site PlatôBR.

Folha de pagamento se mantém apesar do afastamento

Em março, o número de servidores do gabinete foi reduzido: sete funcionários foram exonerados um dia antes do anúncio oficial de licença, quando o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu permanecer nos Estados Unidos. No entanto, oito permanecem nomeados, com salários pagos integralmente.

A licença parlamentar de Eduardo chegou ao fim no último domingo (20). Com o retorno das atividades legislativas, ele passou a acumular faltas em sessões da Câmara, o que pode culminar na perda do mandato, segundo o Regimento Interno.

PL articula manobras para preservar mandato

Nos bastidores, lideranças do PL buscam estratégias para evitar que Eduardo Bolsonaro seja cassado por abandono de mandato. Entre as soluções cogitadas estão:

  • Nomeação para cargo em uma secretaria estadual aliada;
  • Apresentação de novo atestado médico para justificar a ausência;
  • Pedido para exercer o mandato de forma remota;
  • Mudança no Regimento Interno da Câmara, ampliando o período permitido de licença parlamentar.

A movimentação revela a tentativa desesperada do partido de blindar o deputado, mesmo diante de um histórico de faltas, irregularidades e ausência deliberada de suas funções legislativas.

Atuação nos EUA inclui lobby contra o STF

Mesmo fora do país, Eduardo Bolsonaro segue politicamente ativo. Ele tem buscado articulação direta com aliados do ex-presidente norte-americano Donald Trump para pressionar por sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo da ofensiva internacional é claro: enfraquecer a legitimidade do STF e tentar suspender processos judiciais que atingem diretamente Jair Bolsonaro, investigado por crimes contra a democracia brasileira.

A estratégia, entretanto, pode agravar ainda mais a situação de Eduardo, que já é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por coação no curso do processo, obstrução de justiça e atentado à soberania nacional.

Ausência sistemática agrava desgaste institucional

O caso de Eduardo escancara um problema estrutural do sistema político brasileiro: o uso abusivo de mecanismos de proteção parlamentar para garantir impunidade. A permanência de funcionários pagos com dinheiro público, sem que o parlamentar esteja exercendo seu mandato, é mais uma evidência do descolamento entre privilégio e responsabilidade institucional.

A Câmara dos Deputados, por sua vez, segue omissa diante da situação, com a Mesa Diretora evitando tomar medidas efetivas contra o deputado foragido. A demora em reagir reforça a imagem de um Parlamento capturado por interesses partidários e cúmplice do desmonte das regras democráticas.


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FAQ — Perguntas Frequentes

Quantos funcionários ainda estão nomeados no gabinete de Eduardo Bolsonaro?
Atualmente, oito servidores seguem ativos no gabinete de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Quanto custa a folha salarial mensal desses funcionários?
Os salários dos funcionários mantidos por Eduardo Bolsonaro totalizam R$ 132,4 mil por mês.

Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato por faltas?
Sim. Com o fim da licença e a ausência reiterada nas sessões legislativas, Eduardo Bolsonaro corre o risco de perder o mandato por abandono.

Onde está Eduardo Bolsonaro atualmente?
Ele permanece foragido nos Estados Unidos, onde atua politicamente em articulações com aliados de Donald Trump.

Por que Eduardo está sendo investigado pelo STF?
Eduardo Bolsonaro é investigado por obstrução de justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.