Brasília – 1º de agosto de 2025 – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) decidiu não comparecer ao ato bolsonarista previsto para o próximo domingo (3), na Avenida Paulista, em São Paulo.
A ausência, comunicada sem maiores explicações, gerou descontentamento entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes da legenda, que esperavam que ela representasse o marido no evento.
O protesto tem como pauta central a defesa da anistia a Jair Bolsonaro, além de pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Jair Bolsonaro, por decisão judicial, está impedido de deixar Brasília e sujeito a recolhimento domiciliar nos fins de semana.
Ato esvaziado e irritação no PL
A expectativa nos bastidores era de que Michelle assumisse o protagonismo no palanque bolsonarista. No entanto, ela manteve sua agenda previamente definida: um encontro do PL Mulher em Marabá (PA), programado para o sábado (2), e que seguirá com compromissos no domingo.
A decisão foi mal recebida. De acordo com apuração da Folha de S.Paulo, um deputado federal do PL, sob anonimato, classificou a ausência como “um absurdo”.
“Não dá para imaginar o que a ex-primeira-dama poderia ter de mais importante no domingo do que representar o marido, que é também o maior líder da direita no Brasil, num evento que vai protestar contra a provável prisão dele”, declarou o parlamentar.
Especulações sobre distanciamento político
Entre os apoiadores do ex-presidente, cresce a percepção de que Michelle tenta se distanciar politicamente do marido em um momento de crescente desgaste. A recente decisão do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros teria acentuado a pressão sobre Bolsonaro.
Um dos organizadores do ato afirmou que Michelle pode estar se preservando estrategicamente:
“Ela pode estar pensando que, neste momento, o melhor é se preservar.”
Ausências recorrentes e críticas veladas
Aliados próximos de Bolsonaro afirmam que a atitude de Michelle, embora frustrante, não surpreende. Um assessor ouvido pela reportagem lembrou que a ex-primeira-dama já evitou participação em momentos delicados da carreira política do ex-presidente.
“Embora incompreensível, não é exatamente uma surpresa”, disse à Folha de S.Paulo.
Com a ausência de Michelle, de Jair Bolsonaro e de outras figuras centrais do bolsonarismo, o protesto na Paulista deve ocorrer sem representantes relevantes da cúpula conservadora no palanque.
Entenda a tensão entre aliados de Bolsonaro e Michelle
Por que Michelle Bolsonaro não vai ao ato de domingo?
A ex-primeira-dama optou por manter sua agenda no evento do PL Mulher em Marabá (PA), no mesmo fim de semana do protesto. A escolha foi vista como uma recusa indireta a assumir papel de porta-voz de Jair Bolsonaro.
O que representa a ausência de Michelle no ato?
Para aliados do ex-presidente, a decisão esvazia o simbolismo do protesto. A expectativa era que ela ocupasse posição de liderança simbólica, especialmente em função das restrições judiciais impostas a Bolsonaro.
Michelle está se afastando politicamente de Jair Bolsonaro?
Embora não haja declaração oficial nesse sentido, interlocutores próximos avaliam que Michelle tem buscado se desvincular de disputas judiciais e políticas mais intensas, com foco na preservação de sua imagem.
O PL está unido em relação ao ato?
A decisão de Michelle aumentou as tensões internas no PL, com críticas abertas e reservas de parlamentares que esperavam mais engajamento da ex-primeira-dama.
Ato bolsonarista sem líderes deve perder força
A ausência de Michelle Bolsonaro, somada às restrições impostas ao ex-presidente e à falta de figuras centrais da direita no evento, indica um possível esvaziamento político do protesto na Avenida Paulista. O gesto da ex-primeira-dama também revela fissuras dentro do bolsonarismo e pode influenciar o debate sobre sua possível candidatura futura. O evento será um teste de força simbólica para uma base cada vez mais dispersa.