Governo Bolsonaro

PF investiga fraudes no antigo ministério de Damares Alves em contratos de R$ 3,8 milhões

Operação Kibali apura desvio de recursos em cursos de formação; contratos foram firmados na gestão da atual senadora no governo Bolsonaro

Evaristo de Paula
Evaristo De Paula
Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação
Damares Alves, então ministra dos Direitos Humanos, e Jair Bolsonaro, então presidente, em 2020. Foto: Alan Santos/PR

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta terça-feira (19) a Operação Kibali, que investiga fraudes em licitação, peculato e associação criminosa no antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).

A pasta era comandada por Damares Alves (Republicanos-DF) durante o governo de Jair Bolsonaro. Atualmente senadora, Damares nega envolvimento e diz ter sido a própria responsável por acionar a CGU quando identificou irregularidades.

Contratos somam R$ 3,8 milhões

As investigações miram contratos firmados entre o ministério e o Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil (INDSH), que somam cerca de R$ 3,8 milhões. Os recursos eram destinados a cursos de informática, design gráfico e formação profissional para mulheres e adolescentes.

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Segundo a PF, há suspeita de que as aulas sequer tenham sido realizadas, levantando a hipótese de desvio de dinheiro público.

Damares tenta se blindar

Em nota, Damares afirmou que em 11 de fevereiro de 2022, quando ainda era ministra, encaminhou à CGU um ofício pedindo auditoria interna após detectar “indícios de irregularidades” nos contratos.

“Essa apuração foi provocada pela então ministra, que solicitou auditoria da CGU, após análise e mapeamento de riscos feitos pela equipe do ministério”, declarou a senadora.

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A própria CGU confirmou que parte dos documentos que embasaram a operação foi enviada pelo ministério à época.

Polícia Federal cumpre mandados no Rio

Nesta fase da operação, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão na zona oeste do Rio de Janeiro. O foco são contratos assinados entre o MMFDH e o INDSH, que, de acordo com a investigação, apresentam indícios de fraude.

O relatório produzido pela CGU detalha que os contratos tinham como objetivo promover cursos de capacitação, mas não há comprovação de que as atividades foram efetivamente realizadas.

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Caso reforça suspeitas sobre gestão bolsonarista

A operação reacende o debate sobre a forma como recursos públicos foram administrados durante o governo Bolsonaro e coloca a atual senadora bolsonarista novamente sob os holofotes.

Enquanto a PF aprofunda as apurações, cresce a pressão política sobre Damares, que insiste em se apresentar como responsável por denunciar as irregularidades.

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Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação