Após meses de atritos intensos na campanha de 2024, o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) vivem um período de reaproximação política. O clima, descrito por aliados como de “parceria total”, abre espaço para projetos conjuntos entre Palácio Guanabara e Palácio da Cidade e até para a construção de um palanque comum em 2026.
Dos ataques à reconciliação
Na disputa eleitoral passada, Paes acusou Castro de apoiar Alexandre Ramagem, ligado ao ex-governador Wilson Witzel, e de sustentar uma política de segurança “desastrosa”. O governador reagiu chamando o prefeito de “traidor” e listando supostas alianças rompidas ao longo da carreira de Paes, citando nomes como Cesar Maia, Lula, Dilma Rousseff, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral.
Hoje, as ofensas ficaram restritas ao arquivo da eleição municipal. Interesses comuns e a necessidade de articulação política parecem ter levado os dois líderes a enterrar as diferenças.
União estratégica pelo Rio
Com a retomada do diálogo, foram abertas as pré-condições para parcerias em áreas sensíveis, como mobilidade urbana, infraestrutura e segurança pública. Segundo fontes do Palácio Guanabara, a relação tende a evoluir para cooperação sistemática, com impacto direto na governabilidade estadual e municipal.
Projeto eleitoral em gestação
Analistas apontam que a aproximação pode não se limitar à gestão cotidiana. A possibilidade de uma composição eleitoral em 2026 está sobre a mesa, ainda que não oficialmente anunciada. Para o campo progressista, a movimentação mostra como setores da política fluminense buscam alianças pragmáticas, mesmo após trocas públicas de ataques.
A questão central é se essa parceria será capaz de superar as contradições e interesses divergentes de cada grupo político.
As informações são de Ricardo Bruno, da Agenda do Poder