A Meta removeu do Facebook o grupo italiano “Mia Moglie” (“Minha Esposa”), que reunia mais de 30 mil homens e publicava fotos íntimas de mulheres sem consentimento. A decisão ocorreu após denúncias às autoridades e forte pressão social contra o conteúdo de exploração sexual.
Rede de violência digital
Segundo a empresa, o grupo violava as regras contra a exploração sexual de adultos. Em nota, a Meta afirmou: “Não permitimos conteúdo que ameace ou promova violência, abuso ou exploração sexual em nossas plataformas. Se tomarmos conhecimento de material que incite ou defenda o estupro, poderemos desativar grupos e contas e compartilhar dados com autoridades.”
Antes da exclusão, circulavam imagens de mulheres nuas ou em situações íntimas, muitas vezes dormindo, acompanhadas de comentários explícitos. Parte dos integrantes falava em “estuprar” as vítimas, enquanto outros exaltavam o caráter secreto das postagens.
Pressão política e investigações
A política italiana Roberta Mori, porta-voz da Conferência das Mulheres do Partido Democrático, criticou a demora da plataforma em agir e lembrou que “o caso não é isolado”.
A Polícia Postal italiana abriu investigação para identificar os responsáveis pelo grupo, ainda não revelados. Denúncias semelhantes já vinham sendo feitas contra redes de compartilhamento de pornografia de vingança e exploração digital na Europa.
Contexto mais amplo
O episódio expõe falhas na moderação de grandes plataformas e reforça o debate sobre a responsabilidade das Big Techs na proteção de direitos fundamentais. Casos como o do “Mia Moglie” mostram como ambientes digitais podem ser usados para perpetuar a violência contra mulheres, exigindo regulação mais firme e respostas imediatas de governos e empresas.