O presidente da Argentina, Javier Milei, precisou ser retirado às pressas de uma carreata em Lomas de Zamora, Grande Buenos Aires, após ser alvo de pedradas e hostilidades de opositores.
O episódio ocorreu enquanto seu governo enfrenta investigações sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo familiares e altos funcionários.
Confronto na mobilização
O tumulto começou quando militantes contrários a Milei passaram a lançar objetos contra o veículo em que o presidente estava, acompanhado do deputado José Luis Espert, candidato às eleições legislativas de outubro. Imagens mostram Milei acenando da caçamba de uma picape quando pedras atingiram a proximidade do carro, e Espert precisou deixar o local de moto, sem capacete.
Em entrevista ao canal TN, Espert acusou apoiadores da ex-presidente Cristina Kirchner de estarem por trás do ataque. Uma fotógrafa da campanha teria sido ferida por uma pedra. A carreata foi suspensa imediatamente por razões de segurança. Até o momento, Milei não comentou publicamente o incidente.
Denúncias de corrupção agravam crise
O episódio ocorre em meio a investigações sobre um suposto esquema de propina envolvendo funcionários do governo Milei, incluindo a irmã do presidente, Karina Milei, e o subsecretário Eduardo “Lule” Menem. Áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-dirigente da Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS), relatam pagamentos irregulares e apontam conversas diretas com Milei sobre irregularidades.
A Justiça argentina ainda não confirmou a autenticidade das gravações, mas apreendeu celulares, veículos, uma máquina de contagem de dinheiro e aproximadamente US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão).
Pressão política e eleitoral
Diante das denúncias, Milei intensificou críticas à imprensa e à oposição, em um cenário de crescente tensão política. As eleições legislativas de outubro são vistas como um termômetro para a agenda de austeridade e reformas econômicas defendida pelo governo.

