Tianjin, 31 de agosto de 2025 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou à China para a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que reúne líderes do Sul Global em um momento crítico das negociações sobre a guerra na Ucrânia.
A visita destaca a estreita aliança estratégica entre Moscou e Pequim e sinaliza resistência a pressões dos Estados Unidos e aliados ocidentais.
A cúpula reúne cerca de uma dúzia de líderes, incluindo o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente do Irã, e é vista como uma plataforma para coordenar políticas regionais frente às abordagens frequentemente incoerentes de Washington em comércio e segurança. Para Putin, o alinhamento com a China é central na estratégia de Moscou diante das tentativas dos EUA de encerrar o conflito na Ucrânia.
Apesar da China se declarar mediadora neutra, os dois países estreitaram laços desde 2022, incluindo cooperação militar e tecnológica, como no fornecimento de drones. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy criticou recentemente o papel de Pequim, afirmando que não pode garantir segurança em um futuro acordo de paz com Moscou.
Antes da viagem, Putin elogiou a parceria estratégica e econômica com Pequim, afirmando que as relações atingiram um “nível elevado sem precedentes”. O líder russo permanecerá quatro dias na China, um período incomumente longo, reforçando a prioridade da visita.
A cúpula da SCO, que Pequim classifica como a maior de sua história, definirá planos para a próxima década de desenvolvimento do bloco. A organização reúne Rússia, Bielorrússia, China, Índia, Irã, Cazaquistão, Quirguizistão, Paquistão, Tajiquistão e Uzbequistão, atuando historicamente como contraponto à influência dos EUA na Ásia Central. A expansão recente inclui Índia e Paquistão (2017), Irã (2023) e Bielorrússia (2024).
O evento acontece dias antes de uma grande parada militar em Pequim para celebrar o 80º aniversário da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial, que terá a presença de Putin e do líder norte-coreano Kim Jong-un, reforçando o simbolismo geopolítico da cúpula.