Belo Horizonte e Região Metropolitana têm recebido visitantes inusitados. Jacarés e garças em Lagoa Santa, quatis no bairro Buritis, capivaras na orla da Pampulha, pombos tomando o centro da capital chamaram a atenção da população e das redes sociais. As aparições frequentes de animais silvestres em ambientes urbanos levantam uma pergunta: o que está acontecendo?
De acordo com a bióloga e professora da Una, Fernanda Raggi, esse fenômeno está ligado principalmente ao crescimento desordenado das cidades, à degradação ambiental e à redução dos habitats naturais. “Esses animais estão buscando alimento, abrigo ou rotas de deslocamento. À medida que o espaço natural vai sendo invadido por construções e asfaltos, eles acabam entrando nas áreas urbanas em busca de sobrevivência”, explica.
Além da surpresa, a presença desses animais pode trazer riscos tanto para eles quanto para os humanos. “Os pombos são transmissores de fungos perigosos para pessoas com baixa imunidade. Já no caso dos jacarés, quatis e capivaras, o perigo está no contato não supervisionado. As pessoas tentam se aproximar ou alimentar esses bichos que podem se defenderem e atacarem”, alerta Fernanda.
A bióloga reforça que a convivência entre fauna silvestre e área urbana é um reflexo da nossa responsabilidade ambiental. Ela destaca a importância de políticas públicas voltadas à preservação de áreas verdes e ao manejo responsável da fauna. “Não se trata apenas de afastar os animais. Precisamos pensar em como preservar seus habitats e conviver de forma equilibrada com a natureza, mesmo nas cidades.”
A orientação para a população é clara: ao encontrar um animal silvestre, não tente se aproximar, alimentar ou capturar. O ideal é acionar os órgãos ambientais competentes, como a Polícia Militar do Meio Ambiente ou o Corpo de Bombeiros.