A União Europeia (UE) aplicou nesta sexta-feira (5) uma multa de quase € 3 bilhões (cerca de R$ 18,7 bilhões) contra o Google, acusando a empresa de abusar de sua posição dominante no setor de publicidade digital. A decisão, anunciada pela Comissão Europeia, aponta que a companhia favoreceu seus próprios serviços de anúncios em detrimento da concorrência.
A penalidade é a segunda maior já aplicada ao Google, ficando atrás apenas da multa de € 4,1 bilhões (R$ 26 bilhões) em 2022. De acordo com Bruxelas, a medida busca restabelecer condições de concorrência justa no mercado de tecnologia e impedir que práticas de autobenefício continuem prejudicando outras empresas do setor.
Reação dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu com ameaça de retaliação comercial. Em publicação na Truth Social, classificou a multa como “injusta” e afirmou que, caso não seja revertida, os EUA responderão com tarifas e sanções amparadas na chamada Seção 301, lei que autoriza medidas contra países considerados desleais em práticas comerciais.
“Hoje a Europa atacou outra grande empresa americana, o Google. Se continuarem com essas ações abusivas, os Estados Unidos responderão com tarifas e sanções”, escreveu Trump.
As declarações foram feitas um dia após o presidente receber na Casa Branca o diretor-executivo do Google, Sundar Pichai, e o cofundador da companhia, Sergey Brin, em um jantar de gala com outros líderes do setor de tecnologia. Trump criticou a medida europeia, afirmando que os valores retiram recursos que poderiam gerar empregos e investimentos em território norte-americano.
Histórico de disputas
A relação entre Washington e Bruxelas já registra episódios semelhantes. Trump relembrou o caso de 2016, quando a Apple foi obrigada a pagar € 13 bilhões (R$ 82,5 bilhões) em impostos atrasados à Irlanda, por ordem da Comissão Europeia. “Deveriam devolver esse dinheiro!”, afirmou em tom de cobrança ao bloco econômico.
As tensões reforçam o embate crescente entre o governo dos EUA e a União Europeia em torno da regulação das big techs. Enquanto Bruxelas amplia as restrições para garantir concorrência no setor digital, Trump utiliza a narrativa de proteção às empresas americanas como justificativa para novas medidas de confronto comercial.
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