Neste domingo (7), um drone lançado pelo grupo rebelde houthis, do Iêmen, atingiu o Aeroporto Internacional Ramon, próximo a Eilat, no sul de Israel, forçando o fechamento temporário do espaço aéreo e suspensão de voos, segundo o Exército israelense. Outras aeronaves não tripuladas foram lançadas, mas parte foi interceptada. Uma pessoa ficou levemente ferida por estilhaços no saguão de passageiros.
O ataque ocorre duas semanas após Israel bombardear Sanaa, matando o primeiro-ministro Ahmed al-Rahawi e membros do gabinete. Os houthis, apoiados pelo Irã, declararam que novos ataques a aeroportos e alvos estratégicos serão realizados em represália. Nos últimos dias, os rebeldes têm disparado projéteis diariamente, inclusive munições de fragmentação, difíceis de interceptar.
O Aeroporto Ramon, inaugurado em 2019, opera voos domésticos e internacionais, e já havia sido alvo de míssil houthi em maio, ferindo quatro pessoas e suspendendo voos. Em resposta, Israel atacou e destruiu o aeroporto de Sanaa.
O incidente coincide com cortes em cabos submarinos no Mar Vermelho, afetando a internet em países da Ásia e Oriente Médio. A causa ainda não foi confirmada, mas autoridades suspeitam de envolvimento dos houthis, numa tentativa de pressionar Israel a encerrar ataques em Gaza. Especialistas alertam que as falhas comprometeram sistemas estratégicos de transmissão de dados.
Os houthis surgiram nos anos 1990 no Iêmen entre a minoria xiita zaidita, combatendo a corrupção do presidente Ali Abdullah Saleh. Atualmente, integram o chamado “eixo da resistência” liderado pelo Irã, ao lado de Hamas e Hezbollah, contra Israel, EUA e o Ocidente. Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, os ataques contra o país e embarcações no Mar Vermelho se intensificaram, com mais de 100 navios atingidos entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, resultando em quatro naufrágios e oito mortes.
Enquanto isso, o Exército israelense ampliou bombardeios em Gaza, emitindo ordens de evacuação para bairros da cidade. Testemunhas relataram destruição de arranha-céus, aumentando o desespero da população civil. Das 47 pessoas ainda mantidas como reféns, 25 teriam morrido. Negociações de cessar-fogo mediadas por Egito, EUA e Catar avançam, mas Israel mantém exigências de liberação total e desarmamento do Hamas, além de controle sobre o território.