O Conselho de Segurança da ONU convocou uma sessão de emergência nesta quarta-feira (10) para analisar os ataques aéreos de Israel contra um complexo residencial em Doha, Catar.
A reunião foi solicitada por Argélia e Paquistão e ocorre em meio à indignação internacional diante do episódio, considerado uma grave violação da soberania do país árabe.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a ação como uma “flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Catar”. Países do Oriente Médio e potências globais reagiram de forma contundente, ampliando a pressão diplomática contra Tel Aviv.
Reações regionais contra o ataque em Doha
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi um dos primeiros a condenar o ataque, destacando que a ofensiva israelense contra negociadores do Hamas em Doha fere o direito internacional e compromete a estabilidade regional.
A Tunísia chamou a ação de “hedionda e traiçoeira”, enquanto a Jordânia afirmou que os bombardeios representam uma “violação flagrante das normas diplomáticas e políticas”. Ambos os países declararam apoio integral ao Catar, defendendo sua soberania e a proteção de seus cidadãos.
Pressão internacional aumenta
A ofensiva também provocou reações no Ocidente. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o ataque, afirmando que bombardear unilateralmente um aliado estratégico como o Catar prejudica os interesses de Washington e compromete esforços de mediação. Ele revelou ter instruído seu enviado especial a alertar Doha sobre o risco iminente, sem sucesso.
Na Europa, o chanceler alemão Friedrich Merz considerou a ação “inaceitável” e alertou para impactos negativos nas negociações pela libertação de reféns. O governo francês também condenou o ataque, afirmando que a guerra não pode se expandir para toda a região.
Impacto nas negociações de paz
O Catar, que abriga uma base militar norte-americana e atua como mediador-chave nos diálogos de cessar-fogo, manifestou “indignação profunda” com a ação israelense. Autoridades locais advertiram que comportamentos irresponsáveis como esse comprometem a segurança regional e podem inviabilizar os esforços por um acordo duradouro.
Especialistas alertam que a ofensiva israelense pode fortalecer a unidade interna do Hamas e dificultar as negociações já fragilizadas. Para diplomatas da ONU, o ataque em Doha representa um ponto de inflexão perigoso no Oriente Médio e exige resposta firme da comunidade internacional.