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Hermeto Pascoal morre aos 89 anos e deixa legado imortal

Multi-instrumentista alagoano, conhecido como “mago da música universal”, marcou gerações com 75 anos de carreira.

O compositor, arranjador e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, um dos maiores nomes da música brasileira, morreu aos 89 anos neste sábado (13), no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. A família confirmou a morte em comunicado emocionado nas redes sociais. A causa não foi divulgada.

“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem cercado pela família e por companheiros de música. No exato momento, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música”, declarou a família.

Hermeto Pascoal mrore aos 89 anos (Gert Chesi/Wikimedia Commons)
Hermeto Pascoal mrore aos 89 anos (Gert Chesi/Wikimedia Commons)

Vida dedicada à música universal

Nascido em Olho d’Água, povoado de Lagoa Grande (AL), em 22 de junho de 1936, Hermeto começou a carreira aos 14 anos e jamais deixou de inovar. Chamado de “mago” por sua capacidade de transformar objetos cotidianos em instrumentos, definiu sua obra como “música universal”, sem fronteiras entre o erudito e o popular.

Admirado por gigantes como Elis Regina e Miles Davis, transitou entre jazz, samba, forró, frevo e improvisações experimentais, consolidando-se como referência mundial.

Reconhecimento em vida

Mesmo aos 88 anos, seguia ativo. Em 2024, lançou o álbum Pra Você, Ilza, homenagem à esposa falecida, que lhe rendeu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Jazz Latino/Jazz. No mesmo ano, foi publicada sua primeira biografia autorizada: Quebra Tudo — A Arte Livre de Hermeto Pascoal, de Vitor Nuzzi.

Em 2023, brilhou no festival The Town, em São Paulo, desafiando a chuva torrencial e encantando o público com performance marcada pelo improviso e pelo uso de instrumentos inusitados, como chaleira adaptada e brinquedos.

Legado cultural e humano

Hermeto deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos. Sua morte encerra uma trajetória de 75 anos de dedicação à música, mas seu legado permanece vivo como um dos mais originais da história cultural brasileira.

“Eu chamo a música de música universal. Nada de decorar as coisas. Só criar na hora, como a própria natureza”, disse em entrevista ao g1 em 2023. Essa visão livre e criativa é a marca que o Brasil e o mundo carregam como herança de sua genialidade.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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