A polícia de Londres foi atacada neste sábado (13) durante a marcha “Unite the Kingdom”, organizada pelo ativista de extrema-direita Tommy Robinson, que reuniu cerca de 110 mil pessoas. O evento, marcado por discursos nacionalistas e hostis a imigrantes, terminou em confrontos após manifestantes tentarem romper barreiras de segurança para atingir o contraprotesto antifascista.
Segundo a Polícia Metropolitana, pelo menos nove pessoas foram presas, mas outros agressores foram identificados e deverão responder criminalmente.
Marcha nacionalista e clima de tensão
Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, é ex-líder da English Defence League e conhecido por seu discurso anti-imigração e islamofóbico. Ele apresentou a marcha como uma defesa da “liberdade de expressão” e da “cultura britânica”, mas seus apoiadores carregavam cartazes como “parem os barcos” e “mandem-nos para casa”, ecoando a retórica da extrema-direita britânica.
O contraprotesto, organizado pelo grupo Stand Up to Racism, reuniu cerca de 5 mil pessoas em Londres. Eles empunhavam faixas com mensagens como “refugiados bem-vindos” e gritavam “levantem-se, lutem”, denunciando o avanço da extrema-direita no país.
Polícia reprime violência e prende manifestantes
Mais de mil agentes foram destacados para separar os grupos. Inicialmente pacífica, a marcha descambou em violência quando apoiadores de Robinson lançaram objetos e tentaram invadir o espaço reservado aos contramanifestantes. A polícia usou força para impedir o rompimento das barreiras.
Segundo autoridades, os distúrbios evidenciam os riscos de escalada do discurso extremista em um Reino Unido já tensionado pelo debate migratório, especialmente em torno da travessia de refugiados pelo Canal da Mancha.
Histórico de Robinson e ameaça da extrema-direita
Robinson já foi preso diversas vezes por agressão, fraude e desrespeito ao tribunal. Em 2021, foi condenado por difamar um refugiado sírio e desde então é proibido de repetir as acusações falsas. Apesar disso, continua mobilizando grandes multidões e servindo como referência para setores da extrema-direita britânica.
Especialistas alertam que, embora a manifestação tenha sido menor do que atos pró-Palestina que reuniram até 300 mil pessoas, ela representa a força de uma agenda política que ameaça direitos humanos, imigrantes e a própria democracia no país.