O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (17) que pretende designar o movimento Antifa como organização terrorista e abrir investigações sobre o financiamento do grupo. O anúncio ocorreu após o assassinato do extremista Charlie Kirk, em 10 de setembro.
Em redes sociais, Trump descreveu o Antifa como “desastre da esquerda radical” e “doente e perigoso”, acrescentando que “vou recomendar fortemente que aqueles que financiam a ANTIFA sejam totalmente investigados de acordo com os mais altos padrões e práticas legais”.
Contexto do assassinato de Charlie Kirk
Charlie Kirk, de 31 anos, foi baleado no pescoço enquanto participava de um evento ao ar livre na Universidade Utah Valley. Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso dois dias depois como suspeito.
Kirk era fundador do grupo estudantil conservador Turning Point USA e teve papel central na mobilização do apoio jovem a Trump nas campanhas de 2016 e 2024. Seus eventos em universidades costumavam atrair grandes públicos, e ele se apresentava como defensor de valores cristãos, livre mercado e alinhado ao movimento Make America Great Again (MAGA).
Antifa: origem e atuação atual
O Antifa surgiu na Alemanha na década de 1930, em oposição ao nazismo. Hoje, grupos com a mesma linha atuam em vários países, com um dos mais ativos nos Estados Unidos.
Os antifas se definem como oposição à extrema direita e atuam contra racismo e sexismo, mas adotam métodos que incluem destruição de propriedades e confrontos físicos com opositores. Especialistas afirmam que o Antifa não busca representação eleitoral nem influência no Congresso, e que por ser uma entidade doméstica, não poderia ser incluído na lista de organizações terroristas estrangeiras do Departamento de Estado americano.
Repercussão política
Durante o primeiro mandato de Trump, o Antifa ganhou destaque nos protestos contra a morte de George Floyd, em 2020. O movimento recebe críticas tanto de republicanos quanto de democratas, principalmente devido à violência em manifestações.
Segundo a Reuters, os Estados Unidos atravessam o período mais prolongado de violência política desde a década de 1970, com mais de 300 casos documentados de atos violentos motivados politicamente desde o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.