Os Estados Unidos vetaram nesta quinta-feira (18) uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
A proposta tinha apoio de 14 dos 15 membros do órgão, mas foi derrubada pelo veto americano, provocando indignação internacional.
O que previa a resolução
O texto exigia a suspensão imediata, incondicional e permanente dos combates, além da libertação de todos os reféns. A medida foi apresentada em agosto, em resposta a relatórios da ONU que apontaram fome extrema em Gaza após quase dois anos de conflito.
Justificativa dos EUA
A enviada americana à ONU, Morgan Ortagus, afirmou que a resolução era “inaceitável”. Segundo ela, o documento ignorava a necessidade de rendição do Hamas e a libertação dos reféns restantes. Ortagus disse ainda que o texto “não reconhecia a realidade no terreno”, argumentando que houve aumento no fluxo de ajuda humanitária à região.
Posição de Israel
O embaixador israelense Danny Danon também rejeitou a proposta, afirmando que o texto “não condenava o Hamas” e representava uma “capitulação”. Enquanto a votação ocorria, tanques e aviões israelenses intensificavam ataques na Cidade de Gaza, forçando deslocamentos em massa da população civil.
Reação internacional
O veto americano foi classificado como um “momento sombrio” pelo embaixador paquistanês Asim Iftikhar Ahmad, que destacou o sofrimento de crianças e famílias palestinas. O embaixador da Argélia, Amar Bendjama, pediu desculpas ao povo de Gaza pelo fracasso do Conselho em protegê-los.
Histórico de vetos
Os EUA já haviam bloqueado resoluções semelhantes em outras ocasiões, incluindo em junho deste ano, sempre justificando sua posição em defesa de Israel. Mesmo diante das repetidas negativas, os demais membros do Conselho prometeram insistir em medidas para tentar aliviar a crise humanitária em Gaza.