A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, nesta sexta-feira (19), uma resolução que autoriza o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a discursar por vídeo na reunião anual de líderes da ONU, após os Estados Unidos negarem o visto para sua entrada em Nova York.
A medida foi aprovada por 145 votos a favor, cinco contra e seis abstenções. O texto também garante que Abbas e outros altos funcionários palestinos possam participar virtualmente de conferências da ONU ao longo do próximo ano, caso sejam novamente impedidos de viajar aos EUA.
Visto negado pelos EUA
No mês passado, Washington informou que Abbas e cerca de 80 palestinos seriam afetados pela decisão de negar ou revogar vistos de representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia.
Antes da votação, o diplomata norte-americano Jonathan Shrier declarou:
“A oposição dos EUA a esta resolução não deveria ser surpresa. O governo Trump tem sido claro: precisamos responsabilizar a OLP e a Autoridade Palestina por não cumprirem compromissos básicos dos Acordos de Oslo e por minarem as perspectivas de paz.”
Direito de acesso à ONU
Pelo acordo de sede da ONU de 1947, os EUA são obrigados a permitir o acesso de diplomatas estrangeiros às reuniões em Nova York. No entanto, Washington alega que pode negar vistos por motivos de segurança, extremismo ou política externa.
Abbas participará de cúpula virtual
Além da Assembleia, Abbas também terá autorização para participar por vídeo de uma cúpula na ONU na segunda-feira (22), convocada por França e Arábia Saudita, destinada a reunir apoio internacional à solução de dois Estados.
Durante o encontro, vários países devem anunciar o reconhecimento formal do Estado palestino.
Na mesma reunião, a Assembleia Geral também decidiu — por consenso — autorizar a participação virtual do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, governante de fato do reino.