Itália e Espanha enviaram navios militares para apoiar a flotilha de ajuda a Gaza, que foi atacada por drones enquanto tentava entregar suprimentos humanitários à população sitiada.
A ação ocorre em meio a tensões crescentes com Israel, que se opõe fortemente à iniciativa.
A Global Sumud Flotilla (GSF) reúne cerca de 50 embarcações civis, com advogados, parlamentares e ativistas, incluindo a ativista climática Greta Thunberg, que participam da tentativa de romper o bloqueio naval israelense.
O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, afirmou que os navios foram enviados principalmente para proteger cidadãos italianos a bordo. “Não é um ato de guerra, não é uma provocação: é um ato de humanidade, que é um dever de um Estado para com seus cidadãos”, declarou à Câmara Alta do Parlamento.
A Itália propôs que os suprimentos fossem deixados em Chipre e posteriormente entregues ao Patriarcado Latino de Jerusalém, que distribuíria a ajuda em Gaza. Embora Israel tenha apoiado essa ideia, a flotilha italiana manteve a decisão de cumprir o objetivo original de romper o bloqueio.
“Nossa missão permanece fiel ao seu objetivo original de romper o cerco ilegal (de Israel) e entregar ajuda humanitária à população sitiada de Gaza”, afirmou a flotilha em comunicado. O Patriarcado Latino de Jerusalém preferiu não comentar sobre as negociações.
Ataques de drones e apoio militar europeu
Na quarta-feira, a flotilha foi alvo de drones que lançaram granadas de atordoamento e pó irritante a 56 km da ilha grega de Gavdos. Nenhum ferido foi registrado, mas algumas embarcações sofreram danos.
A resposta da União Europeia foi inédita: a Itália enviou uma fragata, e a Espanha anunciou o envio de um navio de guerra para acompanhar a flotilha, marcando uma ação sem precedentes de governos europeus em defesa de civis e ativistas.
Contexto e repercussões
Tentativas anteriores de ativistas de romper o bloqueio naval foram rapidamente neutralizadas pelo Exército de Israel. Analistas alertam que a decisão de governos europeus de acompanhar a flotilha pode intensificar tensões diplomáticas, mas também envia um sinal claro de apoio à ajuda humanitária em Gaza.
Organizações internacionais e grupos de direitos humanos apontam que a manutenção do bloqueio causa sofrimento contínuo à população civil, reforçando a necessidade de pressão global por medidas humanitárias e proteção aos civis.

