A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) permanece presa em Israel após recusar-se a assinar um documento de deportação acelerada imposto pelas autoridades israelenses. A informação foi confirmada neste sábado (4) por sua assessoria de imprensa.
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Luizianne está detida na penitenciária de Ketziot, no deserto de Negev, junto com outros brasileiros capturados durante a interceptação da Flotilha Global Sumud, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Deputada denuncia abuso e solidariza-se com grupo
De acordo com a nota divulgada pela assessoria, a parlamentar considerou o documento abusivo e recusou-se a assiná-lo em solidariedade aos demais detidos que também rejeitaram a deportação.
“Por sua trajetória na defesa dos direitos humanos, entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação — estando em solidariedade e unidade com os demais membros da delegação brasileira que não assinaram o documento”, afirmou o comunicado.
A defesa da deputada informou que audiências judiciais para avaliar as detenções devem ocorrer ainda neste fim de semana.
“Exigimos que o governo de Israel liberte imediatamente as brasileiras e os brasileiros detidos ilegalmente”, conclui a nota.
Relatos de violações e condições precárias
A equipe de Luizianne expressou preocupação com as condições carcerárias. Segundo relatos de advogados, parte do grupo estaria sendo privada de água, alimentos e medicamentos, em violação às normas internacionais de direito humanitário.
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A prisão de Luizianne ocorre em meio à repercussão internacional da detenção de centenas de ativistas que integravam a Flotilha Global Sumud, interceptada pela Marinha israelense em águas internacionais. O comboio levava suprimentos médicos e alimentos à população de Gaza, sob bloqueio imposto por Israel.
O grupo brasileiro e as negociações
De acordo com a Folha de S.Paulo, oito dos treze brasileiros detidos se recusaram a assinar a documentação de deportação.
Entre eles estão:
- o ativista Thiago Ávila,
 - a vereadora de Campinas Mariana Conti (PSOL-SP),
 - a deputada Luizianne Lins (PT-CE),
 - e a presidente estadual do PSOL no Rio Grande do Sul, Gabi Tolotti.
 
O Itamaraty acompanha o caso e negocia a libertação dos brasileiros junto às autoridades israelenses. Até o momento, não há previsão de retorno do grupo ao Brasil.
Contexto
A detenção da delegação brasileira integra o episódio da Flotilha Global Sumud, que reunia ativistas de 47 países em uma missão humanitária rumo a Gaza. O governo brasileiro classificou a ação israelense como ilegal e desproporcional, denunciando o caso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O episódio intensifica as tensões diplomáticas entre Brasil e Israel, num momento em que o governo brasileiro reforça seu apoio à causa humanitária palestina e cobra o fim das restrições ao ingresso de ajuda em Gaza.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		