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Ato bolsonarista pela anistia a golpistas fracassa em Brasília

Convocado por Silas Malafaia, protesto reuniu poucos apoiadores e virou vitrine de produtos pró-Trump e bandeiras dos EUA

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Ato bolsonarista pela anistia a golpistas fracassa em Brasília

O ato realizado nesta terça-feira (7), em Brasília, para pedir anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, foi um fracasso de público. Convocado pelo pastor Silas Malafaia, o evento reuniu um grupo pequeno de apoiadores e contou com a presença de parlamentares da extrema-direita e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Malafaia afirmou que a “caminhada pela anistia” foi marcada em um dia de semana por falta de tempo para organizar um protesto maior no domingo. A intenção, segundo ele, seria pressionar a Câmara dos Deputados a discutir o tema. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve avaliar a proposta ainda nesta semana.


Tentativa de mobilização

Entre os participantes, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) tentou dar fôlego ao ato nas redes sociais. Ele publicou uma foto antiga do presidente Lula, em 1979, usando uma camiseta com a palavra “anistia”. “Que camisa maneira desse cara! Me fez lembrar que dia 7/10 às 16h tem caminhada pela anistia em Brasília”, escreveu o parlamentar, em tom de provocação.

Apesar da convocação, vídeos publicados nas redes sociais mostram o protesto esvaziado, com pouca adesão popular.


🇺🇸 Produtos e símbolos dos EUA dominam o ato

Um dos elementos mais chamativos da manifestação foi a forte presença de símbolos norte-americanos. Vendedores ofereceram camisetas e bandeiras com imagens de Jair Bolsonaro e Donald Trump lado a lado, acompanhadas do slogan “O Brasil grande novamente”, em referência ao lema de campanha de Trump.

Também havia camisetas da chamada Lei Magnitsky, vendidas por R$ 40, e blusas defendendo a reeleição de Trump em 2028, mesmo com o limite constitucional de dois mandatos nos Estados Unidos.

“A camiseta sai a R$ 60”, contou Luan Carlos, vendedor que levou os produtos de São Paulo a Brasília “na esperança de um público maior”.


Repercussão e desgaste interno

A exibição de bandeiras dos Estados Unidos e de mensagens pró-Trump causou desconforto até entre bolsonaristas. Críticos internos consideraram a simbologia um sinal de submissão política e lembraram que Trump impôs uma sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras.

O jornal The New York Times chegou a classificar a bandeira dos EUA como novo símbolo da direita brasileira, usada em atos políticos e manifestações de extrema-direita no país.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.