Líderes de diversos países do mundo assinaram nesta segunda-feira (13), no Egito, um acordo para oficializar o cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza.
Os dois lados diretamente envolvidos no conflito — Israel e o grupo terrorista Hamas — não estiveram presentes.
A assinatura ocorreu durante uma cúpula de paz realizada na cidade egípcia de Sharm El-Sheik, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e dos líderes do Egito (Abdul Fatah al-Sisi), da Turquia (Recep Tayyip Erdogan) e do Catar (Tamim bin Hamad Al Thani) — países que atuaram como mediadores do acordo.
“Juntos, conseguimos fazer o que todos disseram que era impossível. As pessoas não acreditariam que conseguiríamos a paz no Oriente Médio. Agora, a reconstrução de Gaza começa”, declarou Trump após a assinatura.
A cerimônia aconteceu poucas horas depois de o Hamas libertar os últimos 20 reféns israelenses vivos em Gaza, em cumprimento à primeira fase do acordo firmado na semana anterior.
Segundo os mediadores, mais de 20 líderes mundiais participaram da cúpula, incluindo o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o presidente da França, Emmanuel Macron, a premiê italiana Giorgia Meloni, e o premiê britânico Keir Starmer.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi convidado, mas recusou o convite, alegando que o evento coincidiu com um feriado judaico.
Próximas etapas do plano de paz
O acordo de cessar-fogo integra um plano mais amplo de reconstrução e estabilização da Faixa de Gaza, proposto pela Casa Branca e mediado por Egito, Turquia e Catar.
A iniciativa prevê a criação de um conselho internacional supervisor, que deve coordenar a transição administrativa e humanitária no território palestino — embora detalhes ainda não tenham sido divulgados.
A proposta também inclui:
- Retirada gradual das tropas israelenses de Gaza.
- Fim dos bombardeios e cessação das operações militares.
- Libertação de prisioneiros palestinos em troca da devolução dos corpos dos reféns israelenses mortos.
Israel confirmou que cerca de 2 mil prisioneiros palestinos serão libertados, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.
Os libertados foram entregues à Cruz Vermelha e encaminhados para Gaza, Cisjordânia e outros países árabes.
O discurso de Trump
Horas antes, Donald Trump havia feito um discurso histórico no Parlamento israelense, em Jerusalém, no qual declarou o “fim da era de terror no Oriente Médio”.
O presidente americano foi ovacionado pelos presentes e disse que o cessar-fogo é “um triunfo para Israel e para o mundo”.
“Este é um dia histórico para o Oriente Médio e um triunfo incrível para Israel e para o mundo. Contra todas as probabilidades, fizemos o impossível e trouxemos nossos reféns de volta para casa”, afirmou Trump.
Netanyahu, em um discurso anterior, afirmou que o país “entra agora em tempos de paz” e agradeceu aos mediadores internacionais pela atuação diplomática.
Desafios ainda em aberto
Apesar do avanço diplomático, detalhes críticos do plano ainda permanecem indefinidos, como o desarmamento completo do Hamas e o modelo de governança civil de Gaza no pós-guerra.
O grupo palestino já afirmou que não aceitará tutela estrangeira e que não concorda em entregar suas armas.
A Turquia anunciou que irá formar uma força-tarefa internacional para ajudar na localização e entrega dos corpos de reféns israelenses ainda desaparecidos.


