Polêmica

Deputada Luciene Cavalcante apresenta PEC para cotas raciais e de gênero nos tribunais superioresv

A proposta surge em meio à sucessão no STF após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, cuja vaga é alvo de disputa política

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
A deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP). Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) propôs uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece o uso de cotas raciais e de gênero para composição dos tribunais superiores do Brasil, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Superior Tribunal Militar (STM).

A medida determina que pelo menos metade das vagas sejam ocupadas por mulheres e por pessoas autodeclaradas pretas, pardas, indígenas ou quilombolas.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a iniciativa visa corrigir a “histórica exclusão” desses grupos nos espaços de poder, tornando a justiça mais representativa e próxima das diversas realidades brasileiras.

Indicativos e contexto

A proposta surge em meio à sucessão no STF após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, cuja vaga é alvo de disputa política, mas cujos principais nomes cotados são homens: os ministros Bruno Dantas (TCU), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Um grupo de juristas e advogadas entregou ao Planalto carta com mais de 3 mil assinaturas defendendo a nomeação de uma mulher para a cadeira vaga no Supremo. Dos 10 ministros indicados por Lula em seus mandatos, apenas uma mulher foi nomeada: a ministra Cármen Lúcia (2006).

Em mais de 130 anos, apenas três mulheres integraram o STF: além de Cármen Lúcia, Ellen Gracie e Rosa Weber, aposentada em 2023.

Tramitação e desafios

Para que a PEC comece a tramitar, é necessário obter assinatura de pelo menos 171 deputados federais. Após isso, o texto passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e será votado em dois turnos no plenário da Câmara, antes de seguir ao Senado.

A PEC representa um avanço nas políticas afirmativas focadas na equidade no Poder Judiciário, ampliando o debate sobre diversidade e representatividade nos mais altos tribunais do país.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.